quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dois Meses


Podiam ter sido dois meses da vida de um filhote de cachorro ou de gato. Dois meses de um namoro ou ainda dois meses da ida de um amigo para outro país. É, mas não. Hoje, faz dois meses que nos formamos em nossas habilitações: Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. Formamos-nos e realizamos os nossos sonhos de criança, de adolescente ou de nossos pais; ou ainda sonhos que vieram do acaso ou ainda da conveniência.

Posso até parecer piegas – e é algo que acabo sendo mesmo e nem me importo –, mas depois de tantas perdas em minha vida, aprendi a demonstrar o quanto algo ou alguém é importante para mim. Não é querer aparecer ou ainda falar bonito, mas vocês foram realmente marcantes na minha história, assim como acredito que na história de cada um da nossa turma. De formas e intensidades diferentes. Óbvio. Mas foram.

Desde o sorriso moleque do Guilherme até as palavras contidas da Cíntia, quantos de nós paramos por algum momento para pensar em como seria o depois do “até breve” que demos no dia 14 de agosto de 2010? Em algumas reuniões da turma fiquei imaginando e a dor da saudade já havia me dado alguns olás. Tudo bem, nem todos tinham convívio nos corredores da UCPel ou ainda muito contato além-faculdade, mas marcamos época e deixamos nossa história na própria história da Universidade, na vida dos professores e funcionários... sem contar em nossas casas. Todas as nossas caras e caretas ali, em um quadro, que quando a saudade apertar... lá vamos nós dar uma olhada e lembrar de cada um da ATC 2010/01. Sem contar as fotos e também o nosso DVD que ficou pronto ontem!

Falando em ontem, fiquei acompanhando o resgate dos mineiros do Chile e pensando em como abordaria este texto de hoje. A palavra que veio foi: superação. Superar a saudade de vocês? Isso é virtualmente possível, só que dói não ter o abraço real e carinhoso da Vannine, a palavra equilibrada e centrada da Camila e o choque-elétrico-querido da Paula Gracioli. O aperto de mão acompanhado de um sorriso de canto de boca do Douglas ou ainda os “porquês” da nossa Marília Gabi Herpes, na figura do queridão Felipe. E o boné na cabeça? E a bermuda caindo? Renan puxando o pagode e a Cris fazendo a dança da minhoca para animar a turma.

São só alguns nomes que vieram à cabeça no momento. Continuaria até citar todos, mas sei que muitos estão trabalhando e só abriram o e-mail que levaria até este texto por curiosidade do complemento e não me estenderia além destas linhas, pelo menos agora. Prometo um texto, citando todos, para o nosso churrasco de 1 ano de formatura!

Escutem uma coisa, ou melhor, leiam, para valer, os seguintes parágrafos:

Levem suas vidas pessoais e profissionais ao som de suas melhores músicas. Nossas vidas são feitas de fases, de riso e de dor. Porém, quando algo ruim apertar: lembrem-se de nossos churrascos, de nossas festas, de nossos sorrisos ou até de nossas briguinhas que acabaram em sorrisos no dia 14 de agosto de 2010. Superamos todos os obstáculos com a teoria de que a maior superação foi dar uma curva nas coisas ruins e abraçar as coisas que nos faziam bem.

Levem consigo o meu abraço sincero, o meu carinho e, mais uma vez, o meu muito obrigado por terem marcado e feito a diferença em minha vida. Posso ainda não ter descoberto muitas coisas nestes 23 anos de vida, só que descobri o quanto dois meses longe de vocês me fizeram compreender um pouco mais das palavras superação e saudade. Ir em frente sempre, guardando na mochila (pode ser aquela bem grande, do discurso maior ainda, do Malhão) uma lembrança de cada um de vocês.

A saudade de um tempo bom vivido é a melhor recompensa para dizer que valeu a pena. Espero que vocês se sintam abraçados por mim, pois fiquei mais confortado depois de algumas lágrimas durante a escrita deste texto.

“A vida só gosta de quem gosta dela!” – disse o Jabor.

Então: vivam e sejam felizes, mas muito felizes.


A homenagem aos nossos pais:


domingo, 10 de outubro de 2010

3 a 3


Dia desses me perguntaram se eu tinha muitos amigos. Parei um pouco e respondi:

- Tenho poucos e bons... muito bons!

A pessoa me olhou e comentou:

- Mas e todas as pessoas que tens no teu Orkut?

- São também minhas amigas, mas não sabem o quanto de mim é Marcos, o quanto é Marquinhos. São pessoas que me conheceram em diferentes fases, em diferentes momentos. Fazem parte da minha história, mas não convivem comigo tão diretamente quanto os poucos e bons que secam minhas lágrimas e dividem momentos especiais comigo - respondi e ela ficou muda, ficando satisfeita com a resposta.

A vida nos dá muitas pessoas que iluminam o nosso caminho, que fazem ele ser mais fácil de ser percorrido. Tem vezes que algumas dessas pessoas não apenas iluminam, mas nos seguem, acreditando que, no futuro, logo em breve, seremos boas companhias. Essas mesmas pessoas não se importam se erramos. Elas levantam a nossa cabeça, nos dão a mão e nos fazem seguir em frente.

1h15 da madrugada do dia 10 de outubro de 2010. Dois dias para o Dia das Crianças e nove dias para o meu 24° aniversário. Este post não teria nada de profundidade se não fossem os meus amigos que fazem os meus dias ficarem mais iluminados, mais coloridos. Tem vezes que pareço piêgas por agradecê-los seguidamente, mas sinto necessidade. Nada melhor que poder agradar, paparicar e distribuir um pouco de amor ainda quando estamos próximos... bem próximos, e ainda em vida.

Depois de um dia feliz e na companhia de maravilhosas pessoas, gratas surpresas, um 3 a 3 tricolor e outros tantos sentimentos bons, até parece engraçado, mas os assuntos afunilaram: amigos / agradecer / pai / vida. Valeu pela companhia, Tibs! Tenho certeza que o meu pai Marco Antônio e o Tio Eduardo estão lá de cima apontando para cada um de nós da GM e seus integrantes móveis e dizendo:

- Ahhh moleeeeque! Ahhh moleeeeque!

Amo todos vocês.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Away?

Andei comentando com alguém sobre o mIRC e, de repente, o termo “away” surgiu em meio ao papo. Fiquei com ele na cabeça e fui dar uma corrida na Dom Joaquim. Não sei o porquê de ele ter ficado. Away? Naquela época significava uma função do programa de bate-papo, de quando estávamos conectados, mas não próximos ao computador. Mudávamos os nicknames. Por exemplo, maRqUiNhOs[Away-Janta]. Enfim.

Longe, distante. Talvez tenha sido por isso que a palavra ficou martelando em minha cabeça, enquanto pensava em várias coisas boas acompanhadas de algumas músicas no celular. Entre uma mp3 e outra, uma voz feminina cantava que sentimentos bons, e até então esquecidos, podem (re)nascer a partir de uma nova oportunidade para sorrir.

Graças ao velhinho lá de cima, estou tendo tantas! Depois de quase um mês away dos meus amigos e do mundo virtual, em virtude de casos de doença na família, estou de volta ao mundo corrido. Voltei a organizar a minha cabeça dentro da ordem que ela possuía e que me fazia muito bem: estudos, trabalho e vida pessoal. Continuo exagerando nos estudos, nas leituras e no trabalho, mas, o principal: voltei a dar atenção ao meu bem-estar.

Corpo, cabeça e coração.

Já faz praticamente um ano que me fechei como se fosse um cadeado, deixando a chave bem escondida no fundo de uma gaveta dentro de um cd antigo. Aos poucos, de quando em vez, eu abria a tal gaveta e verificava se a chave ainda estava lá. Ela estava. Empoeirada, no cantinho esquerdo daquela caixa de cores ainda reluzentes.

Ali estava a minha essência.

Passaram-se dez meses, algumas estações, quedas; muitos quilômetros percorridos, muitas músicas ouvidas, textos escritos; também as monografias e artigos redigidos. E eu? E a chave? Estava ali, eu sabia que estava. Só não queria pegar até ter a certeza de que eu estava realmente apto a abrir o meu coração e voltar a ter a essência alegre e feliz do "maRqUiNhOs_" dos tempos de mIRC. Uma versão bem atualizada, claro, mas aberta aos diversos motivos que a vida me dá para sorrir e ser feliz.

Ficar away, lá de vez em quando, tem as suas vantagens. Curar a própria ferida ao lado daqueles que nos querem bem é o melhor remédio. Não há farmácia alguma que venda ou farmacêutico que manipule algum. Nós fazemos o nosso tempo e sabemos a dose certa e a hora certa de abrir a gaveta, pegar a chave e dar uma nova oportunidade, mesmo que para isso alguém precise querer pegar a chave e abrir o nosso cadeado.

Nós escolhemos o que queremos realmente viver.

Eu voltei a viver com alegria.