sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Os empurrões


Enviei um e-mail aos meus dois amigos, André Zenobini e Bruno Kairalla. O motivo? Agradecer pela atenção e carinho para comigo e também para com o lançamento do meu livro. Mais ainda, agradecer pela divulgação que fizeram, no Jornal Agora, no caderno "O Peixeiro", destacando meu trabalho, meus achismos e teorias sobre os livros x digitabilidade x novos formatos de leitura.

No e-mail, após escrever um pequeno parágrafo, pensei que seria legal não somente agradecer mas também oferecer a minha mão a fim de que possam contar comigo. "Empurrão" - foi essa a palavra que surgiu em meus pensamentos. Ato de empurrar, dar início, dar uma força. Dá uma força aí?! Dá um empurrão aí?!

Escutei essa palavra, muito bem colocada nos períodos citados, pelo patrono da 38ª Feira do Livro da Praia do Cassino, Marcos Costa Filho, em uma conversa que tive com ele. Uma conversa de mais de 25 minutos, ao celular, na última semana.

- Basta alguém vir e dar um empurrão, um empurrãozinho! - disse ele, se referindo aos projetos que ganham força pela ajuda de outra pessoa.

E é verdade.

Lá pelos meus cinco anos, apareceu a vontade de andar de bicicleta. Meu pai disse sim depois de muitas negativas. Fiquei feliz. Dei pulos de alegria. Então, quis ter uma bicicleta nova. Agora, sem as rodinhas auxiliares dos lados das rodas traseiras. Que emoção! Então, ganhei uma bicicleta. Era uma BMX Superstar. Ela era azul marinho com os detalhes em amarelo, nas manetes dos freios, no disco da correia e também nos adesivos do quadro.

Desembrulhei-a do plástico bolha, tirei as proteções de isopor, enchi os pneus com uma bomba de ar manual, meu pai arrumou o banco na altura mais correta e lá estava eu. Todo feliz, todo pimpão com o meu presente. Novinha em folha! Já planejava colocar alguns pedaços de tampa de margarina na roda a fim de fazer uns barulhos do tipo: "tac tac tac!" - era a moda da época, todos os guris da Rua Alegrete utilizavam essa "técnica".

Dei algumas voltas dentro do pátio. Os primeiros foram desastrosos, pois por mais que colocasse o banco em uma altura bem baixa meus pés ainda não encostavam no chão. Algumas dúzias de tombos. Então, para preservar meus joelhos das cicatrizes, meu pai, Marco Antônio, ía ao meu lado com uma mão em minhas costas e a outra segurando o meu braço. A mão que segurava o braço, me dava estabilidade. Já a sua mão em minhas costas, dava o empurrão, o embalo para que eu pudesse ir em frente.

E fui. Estou indo. E irei.

Aprendi a andar de bicicleta com os empurrões iniciais do meu saudoso pai. Sigo por aí a receber os empurrões de minha família, de meus amigos e ainda de pessoas valiosas que estão a entrar para o meu seleto e precioso grupo de queridões. Contem, todos vocês, também, com os meus empurrões.

Afinal, um empurrãozinho faz toda a diferença.

Um comentário:

Lika disse...

Acredito que quase todo mundo não só conta com os empurrõezinhos como espera, ansioso, por todos eles. Uns mais cedo, outros mais tarde e alguns só depois de 'sacudidas' e 'puxões de orelha', né?! Sim,eu tô falando por mim! uhHAUuhhuAHUauhHU Não tô acreditando que tu fazes um post internacional e nem cita isso... Escrevendo de um calorzinho 'supimpa', enquanto aqui o vento sopra gelado.
Beijão!