quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Do jeito que nós vivemos

Em minhas mãos “Do jeito que nós vivemos”, do Moacyr Scliar. Nos ouvidos os fones com a Gaúcha me deixando por dentro do que rolava dentro das quatro linhas do Beira-Rio. Ao meu lado, o celular. Do outro, o notebook conectado no programa de bate-papo e o navegador com várias abas abertas. Uma no meu e-mail e outras quatro ou cinco para os microblogs e as badaladas Redes Sociais do momento.

Extremamente conectado.


É evidente que a necessidade de estarmos conectados, em todos os meios, o máximo de tempo possível, é latente nos últimos anos. A inclusão tecnológica e digital já nem são mais tão novas, mas é através delas que podemos dar foco para a crescente presença de um imenso número de pessoas on-line na grande rede. Não há mais segmentação aplicada, apenas posterior para análise. Da classe A até a classe E2, por exemplo. Não há barreiras para o convívio delas através das redes que as interligam.


São diversos fatores que poderiam ser citados para compreender essa presença quase que diária dessas pessoas através da Internet. Mas falarei brevemente da velocidade. Lembro que na minha infância, em idos de 96 para 97, a internet de conexão discada era um enorme avanço em Rio Grande. A Vetorial.net era o destino de muitos. Inter-rotas, Mikrus, Conesul e outras também disputavam os clientes. Éramos felizes com uma conexão, para os padrões de hoje, extremamente irrisória perto das bandas de muitos megabytes. Velocidade. Quanto mais, melhor. Quanto melhor, o processo comunicativo entre as partes mais efetivo fica.


Evolução. É essa a palavra que resume, que integra e que caracteriza as gerações que se adaptam aos novos formatos que invadem o mercado. O mp que era três já virou mp-vinte-e-muitos. A fita do gravador que tinha virado cd e depois dvd, hoje, já é mp3 e tem formato digital ultra mega blaster sound. A fita-cassete que virou dvd já é blue ray. Lembram do toca-discos, do walk-talkie, do walkman ou do discman? É, por aí não parou e nem vai.


Hoje, um card de 2 cm e de 8 gigabytes carrega a minha coleção de músicas, grande quantidade de minhas fotos e até alguns vídeos. E sobra espaço para fotos dos churrascos, das viagens e ainda para os meus trabalhos. Com ele, para cima e para baixo, atualizo meus álbuns das redes sociais, mantenho meus amigos atualizados com as últimas músicas do momento e o melhor: ele fica na minha carteira, cabe no meu notebook, no meu celular e ainda no rádio do meu carro.


É assim, com a internet, com os amigos, com os vizinhos e com todas as peculiaridades dos grupos sociais nos quais vivemos que a gente vai vivendo e se adaptando às novas tecnologias e novos formatos que nos são propostos. Em 176 páginas, em quase duas horas de leitura, Scliar me falou disso e um pouco mais. Homens e mulheres, o malandro e a vaidade, desde os tempos mais primórdios. Estamos em rede e cada vez estaremos mais integrados: conectados por um e-mail, por um scrap, por um tweet, por um post em um blog ou ainda por tudo que facilite a nossa comunicação da era moderna.


Mas não se esqueçam dos livros. Sábios livros.

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