sexta-feira, 6 de agosto de 2010

As mãos juntas

As pessoas têm uma certa mania de rezar só quando querem alguma coisa. Tenho minhas dúvidas se elas agradecem depois se o que pretendiam fora alcançado - ou não.

Durante o jogo do Internacional fiquei me perguntando se os jogadores, quando marcam gols, realmente agradecem a graça do gol alcançado ou fazem apenas um gesto de com as mãos para o céu por esse lembrar a religião.

Tal dúvida surgiu após uma tentativa de leitura labial com base no que o jogador do São Paulo falara ao comemorar o gol. É claro que sabemos que os jogadores de futebol - e outros atletas também - têm essa mania, esse credo de agradecerem com as mãos unidas em sinal de devoção.

Calme. O jogador do São Paulo realmente agradeceu. Falou Jesus e outras coisas. Legal. Bonito mesmo. Sei que o futebol é o trabalho dele. Sei que precisa jogar bem para ter emprego. Sei que ele tem uma família que depende dele. Sei.

Enquanto o Inter e o São Paulo jogavam (Globo transmitia) o 1° debate dos presidenciáveis acontecia no outro canal (Band). A medição do Ibope apontou a Globo muitas vezes a frente da Band. A mídia apontou Plínio (PSOL), 80 anos, como o melhor do debate. E realmente foi no meu entender.

Assim como os jogadores devotos, os candidatos dos partidos nanicos e com percentagem quilômetros atrás dos grandes deverão juntar as suas mãos e rezar por milagre. O que fica, realmente, é o poder da democracia que poderá ser exercida pelos brasileiros. É clichê falar isso, mas não deixa de ser verdade.

Deveremos também deixar as mãos juntas?

Um comentário:

Joaninha disse...

Interessante é o fato de um jogo ser considerado mais importante que um debate político, mas é evidente que o povo brasileiro entenda muito mais de futebol que de política, por isso somos lembrados como o país do futebol e o não o da melhor democracia, não podemos reclamar se a falta de interesse é maior que a de conhecimento.