No dia de hoje, entre as tantas atrações artísticas da abertura da Copa do Mundo da África, pensei em escrever sobre o evento em geral. Porém, entre uma música e outra, um vídeo de aproximadamente três minutos mostrou a realidade de duas meninas, que nasceram no mesmo dia, em lugares diferentes do continente africano, Mary e Susan.
Realidades extremamente distintas.
Era a história da alegria e da tristeza. Do sonho sendo alcançado por uma e a esperança de dias melhores com a outra. Enquanto uma conseguia estudar e tinha o prazer em aprender, de compreender um idioma, ter acesso aos livros, a outra dependia da sorte de dias melhores no lixão de uma cidade africana.
Com os olhos estralados, com um misto de esperança e de medo, Mary é apenas um exemplo das milhões de crianças da África esquecida, da África sofrida. Não sabe ler, não sabe escrever e se diverte com alguma boneca sem os braços bravamente disputada por sua mãe, em um ambiente fétido e desumano, onde os ratos e outros tantos bichos procuram por comida.
Em um dia tão especial, em que milhões de pessoas estão com os olhos grudados nas televisões do mundo inteiro, além do futebol, outra esperança cresce no povo africano e nas pessoas que ficam comovidas com a situação de garotas como a Mary e Susan: o anseio para ontem de uma África melhor, de um mundo mais justo, mais solidário.
Hoje pela manhã, visitei a Escola Treze de Maio, em Rio Grande, para realizar um objetivo pessoal. Enquanto esperava ser atendido, pude voltar no tempo e lembrar dos meus dias de colégio. Vi uma turma de quinta série e uma professora dedicada tendo a maior paciência deste mundo a ensiná-los uma língua secundária, o espanhol.
Quantas Mary's da África poderiam ter essa oportunidade?
Espero que depois da Copa do Mundo deste ano, algumas coisas realmente comecem a mudar na realidade do povo africano. Caso você ache que a África é longe, lembre-se que a mudança não precisa ser apenas lá, comece em alguma comunidade perto de você, com uma realidade que passe por dificuldades e que precise, além do seu abraço, também da primeira meta do vídeo africano: a educação.
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