sábado, 19 de janeiro de 2008

A Falta de Um Apito



Fiquei maluco hoje à noite. Não, não foi por causa da poltrona ou das minhas invenções com garrafas pets. Longe disso. A minha loucura se manifestou no trânsito da Praia do Cassino e direção à zona de festas noturnas. Foram mais 45 minutos para percorrer duas quadras. Pasmem! Uma rua de duas mãos, a qual acabou virando mão única devido à imprudência de alguns motoristas – diga-se de passagem, a maioria deles de Pelotas, Bagé e Porto Alegre. Até já tenho consciência - por morar em Pelotas durante o ano - e percebo que 80% dos motoristas pelotenses não utilizam o pisca ou a seta de direção, como preferirem. Dá raiva. Me deixa maluco. Não há música no rádio que me sossegue o comportamento “facão” desse grupo de irresponsáveis. Agora imagine você: de férias, sábado à noite, cinco opções de festas e mais duas formaturas a escolher, beca bem passada, perfuminho atrás das "orebas" e aquele cabelo (des)arrumado. Tudo nos conformes? Engano. O trânsito vai te enganar e te passar a perna bonito, mais bonito que o “pisante” novo que você comprou. É visível o aumento da população quando chega o verão. As pessoas tomam as ruas como se fossem carros. Bicicletas andam na contra mão. Motoqueiros costuram os carros em ruas de areia pensando ser asfalto. Sem falar nos carros. Que loucura, tchê! Se tivesse um apito no porta-luvas (tem de tudo ali, menos um apito) dá vontade de descer do carro e dar uma de guarda de trânsito, apontando para lá, para cá, apitando para aquele gurizão que anda com o carro emprestado do papai ou aquela guriazinha, linda ela, vontade de dar o lugar na fila da festa para ela. Pena é que a dita cuja não tem carteira e ainda cola no Celtinha preto adesivos da Hello Kitty e o lota de outras amigas jóinhas para ir à baladinha de sábado à noite. Dá pena. Se acontece alguma coisa com elas no caminho ou na saída da festa, em que a maioria delas sairá “alegrinha”, quem levará a culpa será o outro motorista. Mais pena ainda. O pior de tudo isso: onde estão os guardas de trânsito da Praia do Cassino? Uma praia em que a população em outras estações do ano não chega nem a 40 mil habitantes, sendo que 8 mil desses aproximadamente têm carro. Em compensação, no verão, o número de pessoas aumenta demasiadamente chegando a 250 mil pessoas. Ah, os carros? Inadmissível a falta de ordem. É óbvio que devemos receber os turistas com o maior prazer – especialmente tirando o dinheiro deles para investirmos cada vez mais em benefícios para o balneário. Porém, a solução cabível é a distribuição de guardas ou até militares nas zonas das festas. Porque se formos até a Avenida Rio Grande, dois a três carros fazem a ronda. Ronda? Pelo amor de Deus, ficam gastando gasolina e profissionais à toa. O que custaria um carro se deslocar até lá e dar um jeito do trânsito fluir e ninguém acabar se machucando ou tendo prejuízos, tanto físicos quanto materiais? Eu não liguei para o 190, mas foi por pouco. Tive paciência enquanto já fazia novos planos para a minha noite de sábado: assistir ao Groismann no Altas Horas enquanto blogasse e depois me grudaria na 4ª temporada de House. Até deu tempo de pensar no que fazer no domingão. A primeira coisa é ir ao super comprar uma dúzia de apitos e colocar no porta-luvas do carro. Ganharei mais uma ocupação: vou virar guarda de trânsito nos finais de semana. Vou sim.

Nenhum comentário: