terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

D.T.F. - Parte IV - Final

E aqui está o prometido desfecho da história..


- Oi amor, surpresa!
- Cadê a tal cliente? Cadê?
- Ah, a tal cliente...
- É! A cliente dona daquele carrão lá fora! A mulher que tu estavas falando ao telefone esses dias, falando em retribuir! Sempre fosses fiel? Piada das boas!
- Amor, deixa eu te falar...
- Que vontade de te bater Gustavo! Grrrrr!
- Posso falar? Só um minutinho?
- Não adianta esse caminho de rosas no chão e jantarzinhos para tentar me agradar! Cadê ela? Onde ela se meteu? Qual o nome dela?
- Não tem nenhuma mulher aqui nesta casa.
- E o carro lá fora? E o que o Cravinho me disse da cliente que estava aqui há horas contigo?
- A única cliente aqui és tu! A minha eterna cliente! Que não precisa de seguro de vida porque eu sempre te protegi! Toma, pega a chave...
- Chave da onde?
- Pega...
- Da onde é essa chave?
- É daquele carro?
- É amor, todinho teu!
- Não acredito...
- Aquele dia que eu demorei para subir, sabe? Eu fiquei falando com o Touguinha para trocar o teu carro. Há anos ele é cliente da agência e eu fiz uma proposta para ele: daria o teu carro antigo, mais um novo plano de seguros para os carros da loja e uma diferença em dinheiro.
- Mas eu escutei tu falares em fidelidade! Em retribuir não sei o quê...
- Sim, retribuir toda a confiança que ele deposita na agência durante anos. E como eu nunca havia comprado um carro dele, foi a hora de retribuir, trocando o teu carro!
- E com que cara eu fico, agora? Fiquei fugindo o dia todo para ficares desconfiado de mim!
- Fica com a cara de sempre amor! Aquela que durmo e acordo olhando e amando cada dia mais!
- Gu... pára com isso, eu vou chorar...
- Vem cá, me dá um abraço...
- Te amo negro...
- Eu também te amo negrinha, muito...



Com licença, posso dar um dedo de prosa rapidinha com o contador desta história enquanto o casalzinho se abraça? – me interrompe o Cravinho...

– É... claro Cravinho, a palavra é toda tua...

– Muito agradecido Seu Marcos! Fiquei olhando ali de fora da porta e vi que não adiantou de nada a Dona Patroa ficar fazendo charminho, sumindo pelo mapa a fora, combinando com a secretária do curso de inglês mentir pro Seu Gustavo do tar de répi aour do mentiroso e diabo a quatro. A Jurema lá em casa tinha dessas também de quando em vez. Quando eu mais esperava que ela fosse me esperar com o jantar prontinho na mesa, ela dava no pé pra casa da vizinha só porque tinha achado um telefone no bolso da minha calça. E nem de mulher era! É tudo das casas onde eu corto galho e planto semente. 22 anos de casado e eu nunca olhei pra ninguém a não ser a minha ternurinha Juju. Sempre apronto umas pra ela também, cê sabe? Ela gosta por demais de surpresa. Qual mulher que não gosta? As minhas mulheres, as lá de casa, são ela, minhas fia Kléia e Kátia e minhas três vaquinha: Naná, Ricota e Branquinha. Danadas de mansas! Os patrãozinho não têm fio ainda, mas quando tiverem, vão ver que o amor todo vai aumentar. Tudo vai ficar do mais bonito e do bom. Nem conversê no telefone vai atrapalhar. O que não pode ter é escutar conversa por detrás das portas. Isso é feio! Tem que ter confiança das mais fortes. O tar de discutir relação deles vai ter que melhorar e virar um diálogo mais do seguido pra resolvê na hora os problema tudo, é o que eu ensinei pra Juju. Tem que ser bom pra os dois lado, que nem esses carrão novo ai que dá de usar árcool e gasolina, sabe seu Marcos?

– Sei sim, os carros flex, total flex... bela explanação Cravinho! Mas, posso continuar a história agora?
– Claro Seu Marcos! Eu vou indo, porque hoje tem mocotó lá em casa e a ternurinha tá me esperando! Té mais ver patrãozinho!
– Até a próxima Cravinho...

Retom...

– Ahh! O patrãozinho avisa pro Seu Gustavo que deixei a porta da garagem aberta, tá certo?
– Aviso sim... Até!


Bom, retomando o rumo da história depois da breve palavra do Cravinho, a história da Lúcia e do Gustavo, o “Nogueirão” chegara num final feliz. Muita desconfiança a troco de nada. Tudo por causa de uma inofensiva conversa ao telefone do marido com um vendedor de carros. Palavras resumidas para não estragar a surpresa do carro novo de Lúcia. Uma porta entreaberta e uma esposa curiosa para estragar os planos do marido – assim como também aconteceria se fosse ao contrário, os homens também são curiosos, às vezes, até mais.

A partir daquela noite em diante, os dois estipularam um novo método de conversa: que primeiramente não existiria mais o famoso "D.R." no banheiro da casa e que conversariam em qualquer lugar quando sentissem vontade de acertar os ponteiros da relação. Tudo para evitar futuros transtornos e crises no casamento. Se tivessem um problema, resolveriam na hora. No trânsito ou na casa da sogra. E ainda: não abafariam os problemas com uma noite de sono. Seriam mais maduros e bem mais flexíveis.

E assim nasceu o "D.T.F." na noite daquele sábado. O diálogo total-flex de Gustavo e Lúcia ou de Lúcia ou Gustavo – para evitar preferências. Serem totalmente flexíveis na hora de resolverem as perturbações do dia-a-dia. Idéia e teoria boas. Basta apenas que eles sigam à risca e, de quebra, nas horas vagas, também ouçam os conselhos do jardineiro. Porque no final das contas, o tal “Cravinho” sabe que é preciso plantar e regar o amor diariamente para colher o bem e o futuro de uma relação flexível.

8 comentários:

Anônimo disse...

ahá!
termino agora ô do livro?
HEIOHOAIHEOIHEOIHOIAEHIEOA
curti o fim!
demorei bem poouco p ler também!
kinhos escritor!
IOHAOIHEOIAHEOIHAEOIHAOI
beeijo pessoa (:

Mirela disse...

Enfim, o fim! AHUIAhaiuhiuaIUAhiua
Bom o texto, e realista :)
=* Markito
;)

Estrela disse...

Lindo. Achei muito maduro, faz a gente refletir as nossas açoes diante dos momentos difíceis das relações, que quando a gente tá com a cabeça fria as coisas ficam bem mais fáceis. Adorei a participação com a experiência de vida do Cravinho, valiosa por demais, viu? ;) É isso, Seu Marcos, deves saber bem como eu me senti lendo esse texto, que é bem do jeito que eu gosto, românticooo =) beijo pra ti.

Unknown disse...

Boa, markitoooo

Te confesso que é a primeira vez que visito teu blog. Tá muito bom isso aqui, meus cumprimentos hahah

Mas do senhor não esperaria nada diferente disto ;)

Grande abraçooooooo

Jennifer Azambuja de Morais disse...

É a desconfiança arrasa qualquer relacionamento. Acho que discutir o relacionamento deve ser a coisa mais natural entre um casal, pois só a cumplicidade pode manter o amor. E o pior é que não dói discutir o relacionamento quando ambos estão preparados para isso, às vezes, pode acabar em um jantar romântico e muita luz de vela.

Anônimo disse...

Perfeito...
Muito bom.
Adorei o final , assim que é legal : conversar sempre , todas as vezes que se achar preciso.
Beijoo

Gabriella disse...

Putz, li o fim antes de ler o meio. Que droga! =(

Mas bem, retribuindo o comentário, que bom que você gostou do meu post! Alguns amigos brincam que eu tenho facilidade pra brincar com esses assuntos, deve ser porque eu sempre estou num deles. :P

Obrigada pela visita, espero te ver mais vezes no meu blog!
Beijoca. ^^

Lídia disse...

Hahahahah!!!

Sensacional!!! Valeu a pena esperar, eu tava ficando ansiosa já com o suspense hheheh! Mas gostei de ver, como nas melhores histórias, um final feliz!!! =) Adorei o D.T.F., tomara que "pegue" essa idéia!!rsrs

Beijos!!!