quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Um Videogame, Por Favor!


O videogame para um homem é o companheiro de infância que atravessa a adolescência e invade a vida adulta. É fiel, evolui junto com o homem – às vezes até mais rápido que os homens. O que as mulheres não entendem é que não se deve proibir ou tirar o videogame de um homem bruscamente. Não mesmo. Enquanto as mulheres preferem ficar de tititi no telefone, falando do novo penteado da vizinha ou da nova bolsa da Louis Vitton, os homens são exclusivos ao videogame. Uma ligação psicológica de exercitar o controle e habilidade. Ter um amigo, mesmo que virtual. Aquele que não o perturba, não o corrige e muito menos apresenta novas amiguinhas a ele. As mulheres deveriam exaltar o videogame por isso.

É difícil para elas compreenderem a necessidade de um homem em ter um videogame, independente da idade. Para quem não sabe, o videogame surgiu em 1962. O Spacewar, criado por, por? Um homem! Sábio, cozkerida dos cuecas virtuais de plantão! Lembro do meu primeiro videogame: um Atari 2600. Saudoso Atari! Aqueles jogos com gráficos de paintbrush que divertiam. O Jack Stripador correndo atrás da mocinha para dar uma facada, entrava por uma porta em cima e saía na outra embaixo. Tinha também aquele dos patinhos voadores, viviam fugindo de mim, mas eu conseguia pegá-los. Depois veio o Turbo Game, com jogos mais evoluídos, jogos de corrida como o Speed Racer. Um tempinho depois o substitui pelo Mega Drive, veio junto o Sonic, aquele perturbado e veloz bonequinho azul ladrão de argolinhas. Estragou. Maldição! E para arrumar era mais caro que um novinho. Então ganhei o Super Nintendo, que maravilha! Uma felicidade só! Mario Bross, Street Fighter e os jogos de futebol – ai começaria a “fase futebol” na minha vida – mais jogos de corrida, muitos. De estratégias também, enfim. Foi roubado quando assaltaram minha casa. A necessidade de ter um videogame era maior por causa da idade, mas eu precisava ter um outro, e mais evoluído, o quanto antes. Veio o Playstation I. Alegria, alegria, alegria! Videogame com jogo em cd, wow! Mais jogos, mais diversidade, mais interação entre eu e a máquina. Era futebol dia e noite, noite e dia. O Playstation aquecera tanto que queimaria depois de oito meses de uso. Oito meses. E a necessidade? Voltaria de novo? Voltou. Com 15 anos comprei o tão famoso Playstation II – a evolução do meu antigo companheiro. Já me acompanha durante seis anos! Nunca estragou. Está sendo o maior relacionamento com um videogame.

Mulheres, compreendam: os homens precisam de um videogame. Enquanto vocês se arrumam para as festas – ficam bonitas para nós, diga-se de passagem – nós ficamos em frente a televisão tentando superar os desafios que o computador nos proporciona. Na maioria das vezes, até nos deixa mais poderosos, mesmo que seja só virtualmente. Funciona como uma fuga do tempo e dos problemas. Uma fonte de energia elétrica e também de emoções. Os homens vibram com cada reação do jogo. No jogo de futebol, armam a estratégia, montam o time de acordo com o que entendem ou acham que entendem. Entram em campo junto com os 11 bonequinhos em 3D, que dão sensações virtuais tão próximas do real, como um abraço de um amigo.

Lembro quando comprei o Playstation II, em 2001. Estava acontecendo uma feira de games da E3 (Eletronic Entertainment Expo), em Los Angeles. Meu Deus! Um paraíso virtual para os viciadinhos em videogames. Todas as plataformas e jogos da época – ainda não havia sido lançado o Xbox, Playstation III ou Nintendo Wii – que encantavam e já eram deveras interativos. E adivinhem? A quantidade de mulheres no E3 superou as expectativas dos organizadores. Pergunto internamente: O quê elas estariam fazendo lá? Muitas respostas surgem: a) Elas adoram videogames; b) Gostam de estar perto dos namorados; c) Estavam vigiando seus homens; d) São masoquistas e e) Nenhuma das anteriores – afinal, nenhum homem compreende as mulheres, assim como elas também não nos compreendem.

PeloamordeDeus! Um videogamezinho de leve, sem vícios. Na segunda depois do trabalho, enquanto vocês tomam banho. Nós até saímos para jantar ou eu lavaria a louça. Quem sabe na quinta, enquanto vocês fazem um happy hour com as amigas ou na sexta depois da manicura? É fácil. Só umas duas horinhas. O dia tem 24 horas: sete horas de sono, oito horas de trabalho, restam nove horas. Tiramos aí uma hora de ir e voltar do trabalho. Ainda temos oito horas. Duas horinhas não são nada. Passam rapidinho, voando! Ou quem sabe vocês aprendem a jogar também?

Tenho um amigo – um irmão praticamente – o Guilherme, mais conhecido por “Tibunda”. Ele ensinou a namorada a jogar, a Amanda. Que belo exemplo! Uma atitude certa, demorada, tudo bem. Mas, fez. Achou a solução, ao menos no caso dele. Jogos de corrida e até o tão apreciado futebol. O Guilherme é um cara de sorte. Não só pela paciência da Amanda em querer aprender e ficar perto das coisas que ele gosta, mas também dela ter gostado do amiguinho virtual dele. As mulheres não têm paciência para isso e, de certo modo, são muito engraçadas jogando. No começo, quando colocam a direcional do controle para a esquerda, elevam ao corpo para o lado que apertaram. Como se o corpo fizesse o carrinho ou os bonecos do jogo se mexerem para esquerda. E quando apertam um botão? Quantos controles o Guilherme perdeu, lembro bem das carcaças dos controles atiradas dentro do armário.

Em agradecimento, de presente e pela necessidade por ter ido morar sozinho, o Guilherme aprendeu a cozinhar. Antes era a Amanda que cozinhava, ele nem entrava na cozinha. Hoje ele cozinha muito bem e a Amanda adora. Adora mesmo, sem cenas e caretas. Agora ele manda na cozinha e ela... manda no videogame! A Amanda manda, com o perdão da redundância. Enquanto ele corta uma cebolinha e pica uma salsa, a Amandinha pula no sofá guiando carros em alta velocidade e fazendo vários gols no jogo de futebol.

A Amanda abriu mão de algumas horas com as amigas para ficar mais tempo com o Guilherme. Em compensação, ganhou um namorado gourmet, aprendeu a jogar videogame e passam mais tempo juntos, bem mais do que no começo do namoro – normalmente acontece o contrário, o ciclo inverso do tempo. Ele, agora pode jogar suas duas horinhas por dia, até mais do que antes quando ela não gostava. De quebra, aprendeu a cozinhar, se vira sozinho. E sem contar que ganhou a companhia da Amanda. Coisa boa. Porque na verdade, jogar videogame sozinho não tem graça. É bom ter alguém para desafiar, além do computador. A Amandinha é a dupla perfeita. Hoje eles apostam seguido: quem perder a melhor de três partidas no videogame, lava a louça. Agora, o Guilherme, não sai mais da cozinha. Faz o serviço completo, a janta, a sobremesa e muita louça. De avental e tudo. Que sorte do Tibunda! O amor tem dessas. Quem ama, cede e aprende.

2 comentários:

Jennifer Azambuja de Morais disse...

"Quem ama, cede e aprende." Isso é o que todos amantes deveriam ter na cabeça: amar não é só abracinhos e beijinhos, mas sim companheirismo. Aceitar o outro para que o outro também te aceite. Por que complicar algo tão fácil? POde ser complicado aceitar as manias do outro, mas quando se ama deve se fazer um esforço. Somente nossos pais aturam nossas manias, e olhe lá, imagina alguém que viveu em um outro ambiente? O sentimento deve ser mais forte do que qualquer problema minúsculo, como o "joguinho" (como eu sempre digo).
Ah! Sei que é engraçado ver mulher jogando, eu também acho. Eu sempre me projeto para o lado que as coisas vão. Heheheheheheh! Além de fazer caretas impressionantes. Mas é divertido quando alguém tem paciência para te ensinar.
Amei o texto! Acho que é porque todos passam por situações desse tipo.

Anônimo disse...

Muitooo bom...
Primeiramente , quem nao gosta de jogar nem que seja um tantinho? É muitooo bom !hehe
O jogo nos serve de amigo quando por vezes estamos só ,nos faz uma companhia imensa.
Mas o que mais gostei foi : quem ama , cede ,aprende...
Isso é uma coisa verdadeira , e se todo mundo fizesse um pouquinho dessas coisas , nao totalmente , mas só uns 50% , os relacionamentos seriam muitooooooooooooooo melhores ,muitoooooooooo mais estaveis .


Beijao amado.