sábado, 23 de fevereiro de 2008

Credibilidade nas Mídias: A Aplicação do Jornalismo de Interesse Público


Depois de ler o texto de Carlos Castilho sobre Jornalismo Público, o qual chama atenção para os leitores norte-americanos que estão cada vez mais perdendo a confiança na imprensa, parei para analisar se aqui no Brasil, a mesma ação é aplicada. Lá nos EUA, um grupo de jornalistas teve a atenção despertada para uma inquietante coincidência: a queda da credibilidade da imprensa acontecendo simultaneamente a uma baixa, também constante, na confiança dos leitores em relação aos governantes.

Lá, após investigações, surgiu por volta de 1990, a expressão “jornalismo cívico”, logo acompanhado por outras como “jornalismo de interesse público”, ou ainda “jornalismo de contato com a comunidade”. Os adeptos da nova tendência estavam de acordo: os jornais devem retornar o contato com a comunidade, descobrindo o que os leitores querem e abrindo espaço para discussão dos temas de interesse público.

Essa proposta de jornalismo foi aceita pelos jornais norte-americanos, que em processos eleitorais focavam mais no que os leitores, queriam saber mais dos candidatos do que nos projetos dos deles.

Porém, isso gerou uma grande discussão entre os jornalistas, porque a experiência do jornalismo de interesse público acabou, tocando na questão da independência e isenção dos profissionais, um dos pontos mais sensíveis na ideologia da imprensa norte-americana.

É bem claro que no momento em que o público lê em um jornal aquilo que queria saber, a busca por tal assunto aumenta. O Jornalismo Público tem esse caráter de focar o que é de interesse público, mas fica a questão de que os leitores só precisam saber aquilo que eles querem saber?

Acredito que não seja a resposta. Mas temos que classificar, os jornalistas e, nós, futuros jornalistas, aquilo que seria de tal importância para o público. No caso do público norte-americano, eles ligaram os meios de comunicação com o governo, e dependendo da relação que tem com o governo se dará a relação com os meios. Isso porque os cidadãos estão descontentes com as soluções tomadas nos assuntos de violência, drogas e outros que atingem suas regiões.

Não apenas lá fora, mas o correto seria mesclar esse foco de interesse entre o que os leitores querem saber e o que pode ser um fato jornalístico de importância para âmbito citadino, regional, estadual e nacional, quiçá internacional em um espaço reservado para abordar sobre.

Refletindo sobre a situação aqui no Brasil não devemos ser radicais em nenhum dos lados, pois o jornalismo existe para informar as pessoas. Formam-se profissionais para que eles saibam tratar os fatos; e não se deve fazer de um cidadão um jornalista fixo, em que ele mesmo possa construir matérias. Mas sim fazer dele um possível pauteiro, como por exemplo, os blogs em determinados casos, sendo eles informativos digitais inéditos e até em alguns superando em velocidade os jornalistas e em outros auxiliando-o a informar àquilo que é certo e de interesse público a fim de manter o princípio básico do jornalismo: a credibilidade.



* Artigo sobre Jornalismo Público (Resumido)
* Foto ilustrativa do Site Techbits
* Matéria sobre blogs e credibilidade no Techbits

4 comentários:

Mirela disse...

Tu deveria ter feito esse texto e publicado no semestre passado que dai eu usava nas minhas aulas de sociologia! :D
Interessante o texto... Bem, eu sempre acredito que o jornalismo é bipolar, se é que me entendes... Partindo do ponto de vista governamental: hora ama o governo, hora odeia. E assim acaba sempre moldando as opiniões dos cidadãos. Na realidade nem sempre é assim, porém o jornalismo é, na maioria das vezes, dissimulado. Interesses por trás, a mídia faz a notícia. Cabe aos jornalistas aceitarem ou não. Normalmente os que não aceitam são os melhores. :D
Não sei se entendi o texto na verdade, li bem na correria e é completamente diferente da minha área, muito técnico, mas é que lembrou das aulas de sociologia mesmo.
Beijo Marquito!!
=**

Anônimo disse...

é não curti muito esse, maaaas...
tá eu nao tinha pego sol naquela foto...
isso é a minha cor normal...
GHAEGHOIAHEIOHEIOHAOEHOA
beijo kinhos (:

Dani disse...

uma das coisas que teria de acontecer é a desvinculaçao do campo economico do campo da comunicaçao, coisa praticamente impossivel nos tempos de capitalismo...
talvez assim os assuntos realmente interessantes pudessem ter um espaço, e mesmo que o publico nao achasse bom num primeiro instante, poderia-se insistir em tais assuntos, para que um dia o interesse fosse aumentando.
alem disso, cabe ao jornalista editor ter sensibilidade..
espero ter sido clara.
besos!

Anônimo disse...

Na verdade, nossa profissão só conseguiria agir corretamente, ou seja, informando, quando a população desejar se informar. Todos acabam mal acostumados porque no entretenimento podem decidir finais de novelas, personagens que morrem ou casais que ficam juntos. Penso que é necessário saber a opinião dos leitores e até mesmo fazer matérias pautadas por eles, mas em tudo iria descaracterizar nossa profissão, ou melhor, nossa função na sociedade. Tudo tem que ter um meio termo. Sei que é muito difícil, mas temos que descobrir esse meio termo.