Não adiantava, Juliano era teimoso e ponto final. Teimava com tudo e com todos. Uma qualidade na vida profissional, persistente demais. Era contador. Entre números, fórmulas e resultados, aparecia a Flávia, uma médica pediatra. Calma, sorridente e muito esforçada, adorava as crianças. Não era teimosa. Era o equilíbrio de Juliano, o calmante do comportamento dele.
Dois anos de namoro. Dois anos de pura tranqüilidade, que nos dois últimos meses de relacionamento havia acabado pela rotina estressante e excesso de trabalho dos dois: para Juliano, os números e para Flávia, os chorinhos das crianças doentes. Ambos trabalhando até quando seria o tempo de ficarem juntos. Nada de cinemas, jantinhas ou festas. Um desastre com tempo contado. Começo de fevereiro: carnaval – e a bomba explodiu, o namoro acabou. Sem conversas, assim, como se um jogo de futebol terminasse sem acréscimos, sem prorrogações ou pênaltis.
Tempo de férias. Época de descanso dos números para Juliano e dos diagnósticos para Flávia. Ambos tentaram seguir suas vidas com a companhia dos amigos e das famílias. Praia, churrascos, pizzas. Aquelas coisas que se faz quando se quer esquecer alguém – que nem sempre funcionam. Mas, faziam. E na festa de carnaval, como obra do destino ou toque do sentimento que havia sido machucado, ambos estariam no mesmo baile de carnaval:
- Oi! Tu por aqui, é? – perguntou Juliano.
- É... – respondeu ela, sem muitas palavras.
E seguiram em direções opostas. Cada um com os seus grupinhos de amigos, cantarolando marchinhas de carnaval regadas por copinhos de cerveja. Uma diversão garantida, uma fuga fácil para os dois, que duas horas depois voltariam a se cruzar:
- Me seguindo, é? – disparou o Juliano
- Não Juliano, deve ser coisa de carnaval!
- Como assim “coisa de carnaval”?
- Aquela coisa de amor, de saudade...
- Hmmm... – ronronou o Juliano
- Ficasses sem resposta, é?
- É que senti um aperto no peito quando falasses...
- Sentes saudade então?
- Muita, não faz nem cinco dias que estamos separados, mas que...
- Parecem uma eternidade? – completou Flávia.
- É...
- O carnaval tem poderes de separar e unir as pessoas, am...
- A-oquê? Não entendi!
Dois anos de namoro. Dois anos de pura tranqüilidade, que nos dois últimos meses de relacionamento havia acabado pela rotina estressante e excesso de trabalho dos dois: para Juliano, os números e para Flávia, os chorinhos das crianças doentes. Ambos trabalhando até quando seria o tempo de ficarem juntos. Nada de cinemas, jantinhas ou festas. Um desastre com tempo contado. Começo de fevereiro: carnaval – e a bomba explodiu, o namoro acabou. Sem conversas, assim, como se um jogo de futebol terminasse sem acréscimos, sem prorrogações ou pênaltis.
Tempo de férias. Época de descanso dos números para Juliano e dos diagnósticos para Flávia. Ambos tentaram seguir suas vidas com a companhia dos amigos e das famílias. Praia, churrascos, pizzas. Aquelas coisas que se faz quando se quer esquecer alguém – que nem sempre funcionam. Mas, faziam. E na festa de carnaval, como obra do destino ou toque do sentimento que havia sido machucado, ambos estariam no mesmo baile de carnaval:
- Oi! Tu por aqui, é? – perguntou Juliano.
- É... – respondeu ela, sem muitas palavras.
E seguiram em direções opostas. Cada um com os seus grupinhos de amigos, cantarolando marchinhas de carnaval regadas por copinhos de cerveja. Uma diversão garantida, uma fuga fácil para os dois, que duas horas depois voltariam a se cruzar:
- Me seguindo, é? – disparou o Juliano
- Não Juliano, deve ser coisa de carnaval!
- Como assim “coisa de carnaval”?
- Aquela coisa de amor, de saudade...
- Hmmm... – ronronou o Juliano
- Ficasses sem resposta, é?
- É que senti um aperto no peito quando falasses...
- Sentes saudade então?
- Muita, não faz nem cinco dias que estamos separados, mas que...
- Parecem uma eternidade? – completou Flávia.
- É...
- O carnaval tem poderes de separar e unir as pessoas, am...
- A-oquê? Não entendi!
- A mulher, a mulher que caiu ali atrás...
- Sei sei, acho que irias me chamar de amor, não?
- É...
- Quem faz “É...” aqui sou eu e não tu!
- 1 a 1 então, me deixasses sem saber o que falar...
- Mas não era eu bom nos números e tu boa nas palavras?
- É verdade! Tão boa que te digo que já falamos demais “amor”...
- Sei sei, acho que irias me chamar de amor, não?
- É...
- Quem faz “É...” aqui sou eu e não tu!
- 1 a 1 então, me deixasses sem saber o que falar...
- Mas não era eu bom nos números e tu boa nas palavras?
- É verdade! Tão boa que te digo que já falamos demais “amor”...
- "Am..."
Aquele beijo ininterrupto duraria mais de três músicas. Flávia, mais uma vez, havia conseguido fazer Juliano ficar calmo e falar o que sentia. A beleza do carnaval e toda a diversão e folia foram os aliados de Juliano e Flávia. A ferida havia cicatrizado. O sentimento se recuperava de um estiramento muscular simples, coisa de cinco dias. Os jogadores voltariam a campo com toda a disposição e alegria do carnaval, preparados para darem um novo pontapé inicial no jogo. Defenderiam mais uma vez a camisa da união, dando o máximo para agradarem os seus professores: aqueles dois e apaixonados corações.
Aquele beijo ininterrupto duraria mais de três músicas. Flávia, mais uma vez, havia conseguido fazer Juliano ficar calmo e falar o que sentia. A beleza do carnaval e toda a diversão e folia foram os aliados de Juliano e Flávia. A ferida havia cicatrizado. O sentimento se recuperava de um estiramento muscular simples, coisa de cinco dias. Os jogadores voltariam a campo com toda a disposição e alegria do carnaval, preparados para darem um novo pontapé inicial no jogo. Defenderiam mais uma vez a camisa da união, dando o máximo para agradarem os seus professores: aqueles dois e apaixonados corações.
6 comentários:
Poxa, que lindo! Pena que esse tipo de coisa já tenha virado mito...
Cá estou novamente...
Primeiramente tenho que falar que achei tri essa postagem de hj...
Achei interessante , me fez exercitar a imaginaçao e pensar como seria bom que nossos problemas amorosos se resolvessem assim: em uma noite de carnaval e por fim voltassemos para nossos lares com a alma lavada , com o coração sereno.
Mas infelizmente ou felizmente nao é assim com todo mundo , alguns voltam pra casa com o coração ferido... Mas é a lei da vida... As coisas acontecem exatamente como devem acontecer , nem um minuto antes , nem um depois.
Amado , espero que estejas gostando dos meus simples comentarios... To gostando de ser uma visitante constante do teu blog.Beijaoooo
aaaai marquinhos!
amei esse texto.
muiiito bom.
e começamos de novo com nossos comentarios, até amanhã de noite e vamo que vamo, sem atacar nos fazidos!
AOEIHAOIEHOIEHOI
beeijo (:
O tempo certamente é o remédio essencial para cicatrizar ferimentos. Mas, o carnaval certamente é o catalisador para ascender e/ou recuperar paixões. Talvez, o fundamental seja realmente acreditar que isto pode acontecer. Sem mais palavras, falo de coração aberto meu amigo =]
Abraços!!!
Como as palavras parecem desnecessárias quando a boca quer só beijar. As feridas têm o poder de se cicatrizar em segundos quando tudo dá certo. É assim o amor: pode se resolver em um baile de carnaval.
Ai Marcos!!! Achei bem interessante o texto, que problemas como esse podem se resolver ao acaso. E também que as "férias" de ver o outro as vezes resolvem alguns problemas...Continua com o blog que ta muito massa. Abração
Postar um comentário