Eu tenho certas manias que me fazem perder horas em frente ao computador. Enquanto eu não escrevo algum texto ou faço alguma pesquisa na web, não consigo dormir. Ou seja, o meu blog sempre é atualizado, no mínimo. Mas as pesquisas! Tem cada coisa que me aparece na cabeça que até acabo achando que fiquei maluco. “As Ervilhas de Mendel”, “Espécies de Tartarugas Marinhas” e até “Palavras Cruzadas On-line” - para matar o tempo e treinar os conhecimentos. Despesas improdutivas ou talvez um conhecimento inútil, quiçá passageiro. Porém, assumo que eu tenho não uma mania, mas um vício nas pesquisas: procurar novos talentos musicais. Bandinhas de garagem que divulgam suas músicas por sites próprios ou em portais de músicas independentes que disponibilizam músicas no formato mp3 para download. Vou letra por letra, banda por banda. Seguido me perguntam:
"- Que banda é?". Respondo eu:
"- É uma banda de Floripa, não é muito conhecida por aqui, achei naqueles sites de bandas independentes!". Recebo de resposta:
"- Muito bom o som! Me passa depois!"
Ufa, meu vício é recompensado!
Procurar por bandas novas certamente tem fundamento quando analiso as "bandas de elite" e chego à conclusão que elas não mudam, não renovam. É sempre a mesma coisa, a mesma batida. Só mudam a letra para dar uma cara nova. Comparando os "famosos" com os "independentes", a qualidade do conjunto (som + letra) dos menos conhecidos é impressionante. É impressionante também o número de bandas e artistas de garagem que existem pelo Brasil. É pop, é rock, é reggae, é axé, é samba, é forró. Dá até para fazer uma música só com o nome dos estilos musicais! Muita coisa é lixo. Lixo mesmo! Não são audíveis nem aqui e nem no Paquistão. Depois de escutar, é shift + delete + enter na hora. Eu até tento dar uma chance para algumas. Penso que só 12 segundos de música não vão dizer o que a banda quer passar como mensagem. Deixo passar. Vou até os 20 segundos e a coisa não melhora. Quando chega aos 30... os meus olhos já se fecham, o desgosto aumenta e eu seguro até os 45. Se ouço alguma batida ao menos agradável, agüento até um minuto, caso contrário é delete em seguida dos 45 segundos.
Um ótimo exemplo disso, ou melhor, um péssimo exemplo para encabeçar o lance de música independente ruim na web é a banda Mary Jane. Credo! Uma letra chula, horrível. Pobre e repetida, analisem: De qual que é / De qual que tá pegando / De qual que é / O bicho tá pegando. 1 minuto e meio de frases repetidas. Repetidas! E a paciência? Tudo bem tem gente que gosta de certos gêneros musicais, mas Mary Jane? Levaram a Mary Jane às alturas, queimaram a massa cinzenta, ao menos nesta música.
Bons, ótimos e excelentes exemplos eu achei por lá. Claro, tenho minhas preferências para músicas mais calmas. Um pop/rock com uma boa letra levado por batidas não muito pesadas e um reggae sem apologias à maconha, carregado apenas em uma letra consistente e de batidas bem marcadas. Analisando as bandas de lá, perto de uma possível neutralidade, há certas bandinhas de forró - sim, forró! - que dão de laço em bandas conhecidas como a Falamansa. Não entendo de triângulo ou de sanfona, mas o tal de "Paroara do Acordeon" embala qualquer rodinha de amigos dispostos a remexerem a cintura. A música “Fumacê” é o “canal” – como diria o meu porteiro Amarildo.
E representando o reggae, bem no início do meu vício de procurar banda novas, descobri a banda Manitu. Não vou despejar elogios, vou apenas resumir: os caras são feras. Fazem uma mistura de batidas marcadas que partem do reggae e chegam ao pop/rock de modo perfeito, sem perderem a essência da batida do reggae. Pelos resultados que encontrei além-site de músicas independentes, a banda faz muito sucesso. Revelação da música de Minas Gerais. O Manitu já tocou em grandes festivais como o Coca-Cola Music e o Pop Rock Brasil 2006, fazendo participações nos shows do cantor Armandinho e da banda Seu Cuca. É formada por quatro “guris dos bons” – assim como me disse o Prof. Manoel Jesus uma vez. Os guris são: Alexandre Maia (vocalista), Fabão (baixista), Daniel Couto (guitarrista) e Emerson Neiva (baterista).
O perfil do Manitu está ativo no PalcoMp3. Os downloads são livres e ilimitados. É só deixar a música carregar e pronto. São 21 músicas do cd também intitulado “Manitu”. Destaque para: “Dez Segundos”, “Estória”, “Menina do Mar”, “Nosso Tema” e “Estrela Perfeita”. Vale o download. Batidas marcantes acompanhadas de letras com conteúdo, bem diferente da Mary Jane que falei acima, totalmente o oposto.
Ah! Para a minha surpresa, recentemente foi adicionada uma nova música no perfil do Manitu dentro do PalcoMp3. A música é intitulada “Lembrar de Amar”, a primeira da lista. E falando no título dela, idéias surgiram... Volto amanhã com o texto “Reencontros” – uma visão de como é bom lembrar de amar, não só a companheira ou o companheiro, mas lembrar de como é bom reencontrar o amor pela vida.
4 comentários:
No meio de tantas bandas que só dizem besteiras abafadas por altos volumes de percussão, entre outras muitas perdas de tempo no meio musical, de vez em quando é tão bom achar aquela que mexe contigo, que te anima, que te leva pra balada (interior), ou que faz lembrar um grande amor (uau hehe). Jóias as vezes perdidas, mas que com persistencia, como tu falas no texto, a gente acha e vale a pena. Pra mim música é essencial. A vida precisa de trilha sonora, seja ela de qual estilo for, e de preferencia, uma mistura deles, dependendo da situação que vivemos. Pelo que dizes, deve ser muito boa essa banda, vou procurar!! Sempre vale a pena dar uma chance, né?! :) Bjo
ahhhhhh e eu já ia esquecendo.
Esse post de amanha ja ta sendo aguardado =)))
adorei esse texto, poq também tenho minhas coisas aleatórias!
me achei quando citasse Seu Cuca.
é deeemais...
bom dá uma chance pras aleatoriedades da viiida!
IOEHOAIEHOIHAIOE
beeijo kiinhos!
(:
Pois é, isso é pura verdade. Encontramos verdadeiros talentos que não estão no Faustão ou no Gugu, claro pq realmente são bons. Mas não recebem tratamento de banda de elite. Isso vale para qualquer área e não só a música....
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