segunda-feira, 19 de maio de 2008

Estradas Alternativas - Capítulo VIII

Teias de aranha por todo lado. Duas bolachinhas emboloradas ao lado do pé traseiro daquela relíquia de Prosdócimo. Paulinha não era uma dona-de-casa muito caprichosa. Uma tampinha de cerveja tora mais à frente e muito pó. Xiii! O nariz de Alaor coçava, já estava ficando vermelho em menos de cinco minutos agachado ao lado da geladeira, mas ainda sem espirros. Já não conseguia nem mais prestar atenção na voz masculina que vinha lá da frente da casa.

Muitas eram as questões que faziam Alaor pensar: por que aquela mulher aleatória lhe dera uma massagem repentinamente? – enquanto pensava, Alaor sorria. Decerto, aquela não seria a mulher do amigo Carlos Alberto, até porque na carta que o amigo lhe enviara o nome da esposa era Lurdes e não Paulinha, conforme a voz masculina a cumprimentara quando abrira a porta. Neste exato momento de reflexão e confirmação Alaor balançou os ombros, sacudiu a cabeça e respirou fundo enchendo-se de vida e mais instinto somente por aquele simples motivo.

Esperou, esperou e esperou. Cinco, dez, quinze minutos e nada de Paula. Decidiu levantar-se dali, pois suas pernas já estavam dormentes e câimbras lhe forcejavam os músculos das panturrilhas. Uma outra porta! – mirou com os olhos. Seguiu em direção a ela e abriu a portinhola de vidro coberta por uma cortina quadriculada, vermelha e branca, sorrateiramente. Quando colocou a cabeça, um monstro, sim, um monstro de cachorro lhe avançara. Por pouco, mas por muito pouco o nariz, o extenso nariz de Alaor, bom para corridas de atletismo, não virara aperitivo de um pit-bull.

Alaor imediatamente fechou a portinhola e voltou para o lugar de origem, porém em pé. Latidos e latidos, muitos latidos vinham detrás daquela porta. Aquela fera realmente não havia gostada do velho cavaleiro, ou por seu cheiro ou por ter molestado – ou ainda não – a sua dona. Um barulho de porta sendo fechada e em seguida ouviu passos rapidinhos, bem apressados. Era Paulinha.

- Quer dizer então que já conhecesses a ferinha? – falou ela, e pela primeira vez uma frase com começo, meio e fim.
- Pois é... – respondeu Alaor meio sem jeito, com os olhos estralados, apenas de calças e botas, sem camisa, mostrando o peito desnudo e cabeludo.
- Vem comigo, vem... – disse ela com uma voz mais doce que leite condensado, lhe esticando a mão, mais uma vez a poderosa mão.

Alaor não relutou.

Ela puxou e ele a seguiu, mesmo cheio de perguntas. Caminharam cerca de sete ou oito passos e chegaram a um quarto literalmente sem porta, apenas com várias linhas de miçangas coloridas que ficavam penduradas fazendo o papel de porta. Ela o foi guiando, guiando e o empurrara. Alaor caíra mais uma vez, assim como uma goiaba cai da goiabeira. Quicou duas vezes ajudado pelas molas daquela cama. Nossa, que cama confortável! – afirmou mentalmente.

O cavaleiro deixou entregar-se pelo prazer da tal Paulinha. Um incessante prazer com direito a preliminares e tudo. Massagem, beijinhos pelo corpo até que consumassem o fato que lhes tomava o corpo de tanto prazer. Paulinha era uma mulher gulosa: pedira bis. E Alaor estava lá, firme. Até que depois do bis, ambos dormiram abraçadinhos, de conchinha até altas horas da tarde.

Depois boas horas de sono, Alaor acordou. Uma cutucada em seu peito acompanhada simultaneamente de outra em seu braço, coxa e perna direita. Aos poucos fora se movimentando e tomando ciência de que estavam tentando lhe acordar. Ainda de olhos fechados espreguiçou-se, estralou o pescoço, os tornozelos e os dedos dos pés. Um suspiro rápido, um bocejo e mais um longo suspiro. Quando abriu os olhos não acreditara no que via.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Só poderia ser pegadinha, quem sabe até uma pegadinha do Faustão.





Confira a seqüência do folhetim "Estradas Alternativas" amanhã, no nono capítulo desta história que já tem quase a cara de um romance!

3 comentários:

Narca disse...

Ahhhh, eu vou ficar louca de tanta curiosidade!! Hehehe
Cada dia é um mistério novo que vem para dar um rumo diferente as minhas imaginações!!!
Vais ter que começar a escrever mais de um capítulo por dia, huauaha! :p
Não precisa nem falar que tô adorando a história, né?
Beijossss!!!

Ane Kosinski disse...

Dormir de conchinha... coisa boa!! Cortina de miçangas tb é divertido! Bem bom o texto né, só pra variar... Quero saber agora quem acordou o coitado do Alaor, pq de certo a Paulinha q não foi!! :D bjaumm

Thaís disse...

Nossa,
tá ficando quente essa história!
Paulinha, o terror do cavaleiros!! Huaihauihauiha
Tb tô curiosa pra saber o final!
De novo, obrigada pelo incentivo, viu?
Beijão!!!