Por estradas de areia ou ainda pelos campos de grama verde com arbustos pequenos ou grandes, o velho Alaor, montado em seu manga larga, desbastava novos caminhos seguindo sempre ao norte. Ninguém sabia o porquê de ele gostar de ficar andando sem rumo. Era um andarilho. Um gaudério andarilho. De bombachas e tudo, conforme manda o figurino.
Alaor estava sempre na estrada alternativa, ao lado das BR’s, sempre com a mesma roupa. Não gostava de andar pelo acostamento, pois sabia que era muito perigoso o trânsito de veículos e caminhões nas estradas gaúchas. Preferia a areia ao lado da estrada ou a grama e todos aqueles terrenos banhados pela água da chuva, acumulada em certos períodos do ano.
O frio não lhe era problema. Quando a temperatura chegava perto dos 5°C graus ai sim desdobrava da bolsa pendurada de um dos lados do companheiro Amanhento, um poncho que ganhara de seu avô, ou melhor, havia herdado dele depois de sua morte ainda lá no Alegrete. Ponchava-se e seguia seus rumos. Seguia e seguia. Uma vez, pelo retrovisor o vi sumir. Eu a constantes 80 quilômetros por hora e ele a cerca de uns cinco ou seis, talvez sete ou nem isso. Virara um pontinho que sumira no horizonte.
O cavaleiro gaúcho preservava os costumes. Sempre que avistava algum posto de gasolina, largava Amanhento lá na suas estradas alternativas e atravessava a estrada para abastecer-se de água quente para o mate de sempre. Era uma mão nas rédeas e outra segurando a cuia. O cavalo ficava a esperá-lo retornar comendo alguns verdes. Orgulhava-se de ter uma cuia número cinco, daquelas que meia térmica já seria suficiente na primeira encharcada da cuia. Dizia ser única para os donos dos postos – já amigos por conhecê-lo de outras passadas –, pois além de grande, a ganhara do amigo Gaúcho da Fronteira, o cantor tradicionalista, um velho amigo que conhecera uma vez quando ambos passavam por Igrejinha.
Pegava a água quente, agradecia a cortesia e seguia pelos seus caminhos definidos talvez pelo tempo ou por algum motivo que não revelava a ninguém. Ninguém mesmo. Quando um atendente de um posto, certa vez, lhe perguntou sobre a sua rotina de andar sem destino, apenas respondera com um olhar seco, atravessado, vindo de um rosto maltratado pelo tempo:
- São coisas da minha vida e eu hei de encontrá-las!
Mas encontrar o que? Que diabos o velho Alaor estava procurando naquelas andanças pelas estradas do sul do Rio Grande do Sul? Ficava para lá e para cá montado no amigo Amanhento sem rumo, apenas o norte. O que estava a procurar o tal cavaleiro?
Alaor estava sempre na estrada alternativa, ao lado das BR’s, sempre com a mesma roupa. Não gostava de andar pelo acostamento, pois sabia que era muito perigoso o trânsito de veículos e caminhões nas estradas gaúchas. Preferia a areia ao lado da estrada ou a grama e todos aqueles terrenos banhados pela água da chuva, acumulada em certos períodos do ano.
O frio não lhe era problema. Quando a temperatura chegava perto dos 5°C graus ai sim desdobrava da bolsa pendurada de um dos lados do companheiro Amanhento, um poncho que ganhara de seu avô, ou melhor, havia herdado dele depois de sua morte ainda lá no Alegrete. Ponchava-se e seguia seus rumos. Seguia e seguia. Uma vez, pelo retrovisor o vi sumir. Eu a constantes 80 quilômetros por hora e ele a cerca de uns cinco ou seis, talvez sete ou nem isso. Virara um pontinho que sumira no horizonte.
O cavaleiro gaúcho preservava os costumes. Sempre que avistava algum posto de gasolina, largava Amanhento lá na suas estradas alternativas e atravessava a estrada para abastecer-se de água quente para o mate de sempre. Era uma mão nas rédeas e outra segurando a cuia. O cavalo ficava a esperá-lo retornar comendo alguns verdes. Orgulhava-se de ter uma cuia número cinco, daquelas que meia térmica já seria suficiente na primeira encharcada da cuia. Dizia ser única para os donos dos postos – já amigos por conhecê-lo de outras passadas –, pois além de grande, a ganhara do amigo Gaúcho da Fronteira, o cantor tradicionalista, um velho amigo que conhecera uma vez quando ambos passavam por Igrejinha.
Pegava a água quente, agradecia a cortesia e seguia pelos seus caminhos definidos talvez pelo tempo ou por algum motivo que não revelava a ninguém. Ninguém mesmo. Quando um atendente de um posto, certa vez, lhe perguntou sobre a sua rotina de andar sem destino, apenas respondera com um olhar seco, atravessado, vindo de um rosto maltratado pelo tempo:
- São coisas da minha vida e eu hei de encontrá-las!
Mas encontrar o que? Que diabos o velho Alaor estava procurando naquelas andanças pelas estradas do sul do Rio Grande do Sul? Ficava para lá e para cá montado no amigo Amanhento sem rumo, apenas o norte. O que estava a procurar o tal cavaleiro?
Confira amanhã a seqüência desta história no próximo capítulo do folhetim "Estradas Alternativas"!
Um comentário:
Me deixasse curiosa.. ¬¬
Mas realmente, a parte ali do frio que não é problema, e o poncho.. po, fala sério, poncho é muuuito quentinho, nao tem como passar frio de poncho haha :D
beeeeeeeijo Kinhus
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