Não dá de entender. Realmente não dá. Por que as pessoas só tomam iniciativa quando elas perdem alguma coisa? O pior não é nem quando elas perdem o controle remoto da televisão ou a lista de contatos no celular roubado e sim quando perdem outras pessoas. Pessoas. De mãos, braços, pernas vivas, caminhantes pelas ruas e seguindo seus rumos. Perdas de amigos, colegas e... amores.
Dia desses uma amiga minha que passou por uma perda dessas – a de um namorado – e veio me perguntar o que fazer. Não me contou o porquê do término, mas disse que as brigas constantes estavam deixando-a louca e muito depressiva. Eu simplesmente cocei o queixo, pigarreei seco e disse sem titubeios:
- Esquece ele!
Depois que falei isso ela me olhou firme nos olhos e disse que iria tentar, mas que seria muito difícil. Estiquei a mão e dei um abraço nela enquanto pensava se tinha dado o melhor conselho. Acabaria eu com a chance de ela reatar o namoro com dito cujo? Ela sempre me escutava – ou menos parecia que me escutava. Antes que você pense alguma coisa, ela era minha amiga mesmo. Sem envolvimentos passados, presentes e muito menos futuros.
Ela saiu dali dizendo que iria passar na locadora e de lá iria para a sua casa. Não é que quando chego a minha casa o namorado dela me liga? Não acreditei. Só podia ser brincadeira. Mal havia colocado o pé em casa e o telefone tocou. Pasmei. Pensei em não atender, mas ao mesmo tempo ele também era meu amigo. Direitos iguais. Deveria atendê-lo. Como um bom jornalista deveria ouvir os dois lados da moeda. Mesmo que um lado da moeda acabasse me atingindo.
Deixei tocar mais duas vezes o telefone. Ele ali tocando e eu mirando o seu identificador de chamadas pensando no que falaria. Era o número do meu amigo. Não era terça-feira para um convite de pelada com os amigos e nem o santo dia da curva por causa do futebol com os amigos, a sagrada quarta-feira. Era uma segunda-feira. Tediosa e ressaquenta depois de um final de semana com muita festa por causa do título do colorado.
- Alô?
Do outro lado da linha, uma voz baixa, ecoada e até tremula respondeu como se estivesse falando com a boca em uma garrafa de vidro:
- Fala Marcos, sou eu...
Respondi numa boa e prossegui o assunto. Aquela ligação durara duas horas e cinqüenta e oito segundos de acordo o contador do meu telefone. Larguei tudo o que tinha que fazer e o fiquei ouvindo. Compreendi os seus motivos e foi solidário, claro. Homens também são solidários a outros homens quando o assunto em pauta é mulher. Mas neste caso, especialmente neste, ele estava com toda a razão. Não havia espaço para eu dar razão ao que a minha amiga havia feito. Fiquei com raiva dela, assumo. E falei:
Dia desses uma amiga minha que passou por uma perda dessas – a de um namorado – e veio me perguntar o que fazer. Não me contou o porquê do término, mas disse que as brigas constantes estavam deixando-a louca e muito depressiva. Eu simplesmente cocei o queixo, pigarreei seco e disse sem titubeios:
- Esquece ele!
Depois que falei isso ela me olhou firme nos olhos e disse que iria tentar, mas que seria muito difícil. Estiquei a mão e dei um abraço nela enquanto pensava se tinha dado o melhor conselho. Acabaria eu com a chance de ela reatar o namoro com dito cujo? Ela sempre me escutava – ou menos parecia que me escutava. Antes que você pense alguma coisa, ela era minha amiga mesmo. Sem envolvimentos passados, presentes e muito menos futuros.
Ela saiu dali dizendo que iria passar na locadora e de lá iria para a sua casa. Não é que quando chego a minha casa o namorado dela me liga? Não acreditei. Só podia ser brincadeira. Mal havia colocado o pé em casa e o telefone tocou. Pasmei. Pensei em não atender, mas ao mesmo tempo ele também era meu amigo. Direitos iguais. Deveria atendê-lo. Como um bom jornalista deveria ouvir os dois lados da moeda. Mesmo que um lado da moeda acabasse me atingindo.
Deixei tocar mais duas vezes o telefone. Ele ali tocando e eu mirando o seu identificador de chamadas pensando no que falaria. Era o número do meu amigo. Não era terça-feira para um convite de pelada com os amigos e nem o santo dia da curva por causa do futebol com os amigos, a sagrada quarta-feira. Era uma segunda-feira. Tediosa e ressaquenta depois de um final de semana com muita festa por causa do título do colorado.
- Alô?
Do outro lado da linha, uma voz baixa, ecoada e até tremula respondeu como se estivesse falando com a boca em uma garrafa de vidro:
- Fala Marcos, sou eu...
Respondi numa boa e prossegui o assunto. Aquela ligação durara duas horas e cinqüenta e oito segundos de acordo o contador do meu telefone. Larguei tudo o que tinha que fazer e o fiquei ouvindo. Compreendi os seus motivos e foi solidário, claro. Homens também são solidários a outros homens quando o assunto em pauta é mulher. Mas neste caso, especialmente neste, ele estava com toda a razão. Não havia espaço para eu dar razão ao que a minha amiga havia feito. Fiquei com raiva dela, assumo. E falei:
- Esquece ela!
Ele havia descoberto que a namorada, a tão querida e apaixonante cônjuge, o havia traído com um conhecido dele e mantinha o segredo da traição com algumas amigas e colegas de faculdade. Qual é o homem que não surtaria ao saber que a namorada lhe havia aprontado uma dessas? Impossível ficar calado e sem ter alguma reação. Não existe homem neste mundo com sangue de barata. Os que se aproximam de um sangue frio acabam um dia estourando, ainda mais quando descobrem uma palhaçada dessas – sim, é palhaçada, ela a mestre de cerimônias do circo e ele o maior palhaço da lona.
Todo o teatro que a (ainda) namorada dele me fizera não tinha fundamento. O motivo principal das brigas não era dele e sim dela. Certamente ele também errara. Todos erram, logo ele erraria também. Mas ao menos ele não a havia traído e muito menos se comunicado com alguém através de e-mails combinando encontros com uma terceira ou até quarta pessoa. Eram palavras e choros infundados que ela externava com a maior cara de vítima como se o culpado de tudo fosse ele.
Um ano e alguns meses de namoro terminados assim de maneira instantânea. Junto com a descoberta da traição ele achara uns e-mails do pré-encontro da ex-namorada com o dito cujo, com o Ricardão. Impossível ter tolerância num caso desses. Às vezes é preferível ver com os próprios olhos a acreditar no papo dos outros – invejosos que fiquem de plantão ou fofoqueiros que gostam de criar intrigas. Mas como? Ele não suportou. Além de descobrir o fato pela boca alheia teve a confirmação do encontro e da traição através dos e-mails.
Não estão mais juntos. Ele seguiu em frente, sem ela. Porém, hoje, ela corre atrás dele como se fosse um papa-léguas atrás de comida fresquinha. Liga, manda mensagens telefonadas e até faz algumas surpresinhas. Arrepende-se do que fez e mais, depois que o perdera lhe dera valor merecido. Bem tarde, sim. Por causa disso, perdera a confiança dele, o respeito e praticamente todo o sentimento bom. Amor e ódio convivem juntos em um embate constante por pontos positivos e negativos bem como acontece em um jogo de golf. É claro que ele ainda gosta dela, sente atração e até saudades segundo o que ele me disse, mas...
A verdade é que ninguém manda no sentimento e quem manda nem deveria mandar para evitar problemas maiores. O mais cabível é deixa a vida levar, como diria o Zeca Pagodinho. Não afogando as mágoas em copos de cerveja que nem o Zeca faz, mas seguir em frente procurando sempre novas querências e até fronteiras. Assim como fez o meu amigo, um amigo da minha amiga jornalista Anelize Kosinski, o Eros, também fez. Ele vive seguindo em frente, deixando a vida o levar. Às vezes é feliz, às vezes não. Às vezes ganha, às vezes não. Só que uma coisa ele aprendeu com as desilusões com algumas prendas que se envolveu: seguir em frente e procurar ao máximo ser feliz, pois para ele mais vale andar sozinho do que viver mal acompanhado.
Ele havia descoberto que a namorada, a tão querida e apaixonante cônjuge, o havia traído com um conhecido dele e mantinha o segredo da traição com algumas amigas e colegas de faculdade. Qual é o homem que não surtaria ao saber que a namorada lhe havia aprontado uma dessas? Impossível ficar calado e sem ter alguma reação. Não existe homem neste mundo com sangue de barata. Os que se aproximam de um sangue frio acabam um dia estourando, ainda mais quando descobrem uma palhaçada dessas – sim, é palhaçada, ela a mestre de cerimônias do circo e ele o maior palhaço da lona.
Todo o teatro que a (ainda) namorada dele me fizera não tinha fundamento. O motivo principal das brigas não era dele e sim dela. Certamente ele também errara. Todos erram, logo ele erraria também. Mas ao menos ele não a havia traído e muito menos se comunicado com alguém através de e-mails combinando encontros com uma terceira ou até quarta pessoa. Eram palavras e choros infundados que ela externava com a maior cara de vítima como se o culpado de tudo fosse ele.
Um ano e alguns meses de namoro terminados assim de maneira instantânea. Junto com a descoberta da traição ele achara uns e-mails do pré-encontro da ex-namorada com o dito cujo, com o Ricardão. Impossível ter tolerância num caso desses. Às vezes é preferível ver com os próprios olhos a acreditar no papo dos outros – invejosos que fiquem de plantão ou fofoqueiros que gostam de criar intrigas. Mas como? Ele não suportou. Além de descobrir o fato pela boca alheia teve a confirmação do encontro e da traição através dos e-mails.
Não estão mais juntos. Ele seguiu em frente, sem ela. Porém, hoje, ela corre atrás dele como se fosse um papa-léguas atrás de comida fresquinha. Liga, manda mensagens telefonadas e até faz algumas surpresinhas. Arrepende-se do que fez e mais, depois que o perdera lhe dera valor merecido. Bem tarde, sim. Por causa disso, perdera a confiança dele, o respeito e praticamente todo o sentimento bom. Amor e ódio convivem juntos em um embate constante por pontos positivos e negativos bem como acontece em um jogo de golf. É claro que ele ainda gosta dela, sente atração e até saudades segundo o que ele me disse, mas...
A verdade é que ninguém manda no sentimento e quem manda nem deveria mandar para evitar problemas maiores. O mais cabível é deixa a vida levar, como diria o Zeca Pagodinho. Não afogando as mágoas em copos de cerveja que nem o Zeca faz, mas seguir em frente procurando sempre novas querências e até fronteiras. Assim como fez o meu amigo, um amigo da minha amiga jornalista Anelize Kosinski, o Eros, também fez. Ele vive seguindo em frente, deixando a vida o levar. Às vezes é feliz, às vezes não. Às vezes ganha, às vezes não. Só que uma coisa ele aprendeu com as desilusões com algumas prendas que se envolveu: seguir em frente e procurar ao máximo ser feliz, pois para ele mais vale andar sozinho do que viver mal acompanhado.
5 comentários:
antes só do que mal acompanhado! eu que sei bem o que é isso!
mto bom o relato!
abraço marcão!
Bah!! Que isso!! Quanta honra hein seu Marcos!! Impressionante como a gente se reconhece nessas histórias! Legal demais!! Sempre temos que ouvir os dois lados da moeda, "mesmo que algum deles possa nos atingir"... ótimo trocadilho! Essas mulheres, só atrapalham a vida de alguns dos nossos amigos não é mesmo, como a pequena do Eros. Parabésn quinhoss! bjaumm
P.S. Só para me retratar publicamente, que a blsa é cinza, mas não é da adidas!! auhauihaihua :D
Entendo a situação, já vivi isso e aceitei porque gostava da pessoa, porém quando aprendemos ah nos respeitar mais é que vemos o tempo perdido, o amor próprio que caiu em meio ao vão. E não tem nada melhor do que recomeçar, mesmo que machuque ficar longe e esquecer. A recompensa pessoal é enorme e sempre mais gratificante do que ficar engolindo certos sapos sem cabimento.
Beijoooo Kito! xD
Quero fazer um protesto!!O teu texto tá muito bom, por isso acabo lendo durante a aula e fico completamente perdida depois!!Que saco!!Mas valeu a pena!!Bjão
Obs: tenho uma idéia vaga de quem são essas pessoas!!hehehe!!
Bah Marcos...nem sei bem por onde começo!!!!!!! Profunda a reflexão do texto, confesso que reconheço algumas similitudes com uma história de família (se bem que devo confessar são quatro histórias na verdade) só que esse não é lugar de se contar histórias macrabas de uma famíla moderna...
Quero apenas te parabenizar pelo texto e pela sabedoria, esse é o manual do sobrevivente moderno apaixonado...como diz o poeta "que seja eterno enquanto dure"!
Beijos Marcos!!!!!!!!
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