quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ela Ainda Não Sabe


Acordei por volta do meio-dia de mais um dia 12 de junho. Estou sozinho. Solteiro. Mas descobri que eu sou um bom namorado. Aliás, creio que até um ótimo namorado, mas isso a minha namorada do futuro ainda não sabe.

Quem sabe ela seja a mãe dos meus filhos, vá saber. Ou quem sabe ela só seja mais um casinho corriqueiro de algumas semanas ou coisa mais de um mês? Só sei que ela vai saber que eu sou um cara legal, o cara ideal para casar.

Em casa, gosto de cozinhar, passo roupa, lavo cuecas ou camisas sociais com a maior canhoteza e sei também lavar louça como ninguém neste mundo. Ah! Ainda faço a cama quando acordo e não consigo ver o banheiro com o ralo cheio de cabelos.

Até o sabonete eu verifico para ver se algum cabelo indesejado não grudou na superfície dele. Metódico, sistemático de certa forma. Sem contar que na faculdade e nos trabalhos tenho conseguido tem bom rendimento porque me esforça e faço por onde ter um futuro rentável mais tranqüilo.

Ela ainda não sabe talvez que eu tenha outros defeitos normais como qualquer outro homem. Claro que já tive erros imperdoáveis por coisas que não deveria ter feito. Alguém acabou sofrendo com isso, mas, ao menos, foi um aprendizado para que não repetisse mais tais bobagens. Paciência! Aprende-se, não?

Acordar e não ver nenhuma chamada ou mensagem no celular dói. Bem mais doloroso é saber que não tenho com quem ir ao cinema ou inventar uma viagem de final de semana para conhecer alguma cidade. Ou ainda ir até ao Chuy fazer uma limpa nos Free Shops repletos de tecnologias e guloseimas a preço de banana.

Alguém para ainda fazer algumas molecagens como apertar a campainha de algum vizinho e sair correndo ou ainda tomar um banho de chuva miúda e depois mergulhar em uma piscina. Dormir agarradinho dentro do carro vendo a lua. Pensando bem, até poderia chover estando eu e ela dentro do carro, fazer o maior vendaval, porque eu estaria ao lado de alguém que me abrigaria e me protegeria da chuva, dos trovões e do frio. Aqueceria, sobretudo, o meu coração.

Ela ainda não sabe, mas eu gosto dela. Premo as mãos para ver se é verdade. Sinto a sensação de dor, a dor que me responde que estou vivo e muito esperançoso por ficar apaixonado e sentir o amor pulsar nas veias. Ter energia e força suficiente para depois, com o tempo, dizer aquela frase mágica que resume todo o sentimento do gostar.

Dá vontade de distribuir alguns anúncios secretos no jornal com algum pseudônimo do tipo “João, Um Eterno Apaixonado” para ver se alguma mulher ainda acredita no amor ás cegas. Sim, porque o amor às cegas nos protege, a priori, dos erros e dos defeitos inevitáveis que ainda não conhecemos da pessoa que estará ao nosso lado. E, ao mesmo tempo, nos ferra, porque nos esconde o óbvio por algum tempo e depois, bum!, a dor vem e todo o ritual de esquecer, de tempo e de esperança por um novo amor inicia-se de novo.

Ela não sabe, mas eu trocaria o meu futebol de sábado por uma corridinha no parque ou até uma aula de Yôga com ela ao meu lado. Arriscaria até o danado do Pilates, com ela, só para passar alguns segundinhos alongando meu corpo para ficar bonitão para ela e que ela pudesse se orgulhar contando para as amigas e até para o cabeleireiro dela que eu estaria emagrecendo e ficando mais vivo e atraente, especialmente para ela. Ela. Ela. Ela.

Não teria tempo que passasse e me fizesse esquecer que ela ainda está por vir. Quem sabe ela esteja à deriva no mar do tempo ou perdida no espaço sideral. Nunca se sabe. Por isso, estou tomando providências de fazer esta autopromoção textual só para ver se ela aparece até o final deste Dia dos Namorados e mostre as suas garrinhas. Ou com o tempo, não tenho muita pressa.

Ela ainda não sabe da minha existência – ou será que sabe? –, mas enquanto isso, vou aproveitar para fazer os meus textos e meus trabalhos, ganhando tempo, em adiantar essas coisas para quando ela chegar eu possa ter tempo só para ela. Mas só para ela! Matando a saudade do tempo em que ela já poderia ter chegado caso não fosse a lerdeza do servidor de Afrodite.

Mas se ela demorar a chegar... paciência! As coisas que sempre queremos são mais difíceis. Ainda mais aquelas que nos instigam a permanecer na esperança e na batalha por consegui-las. Mulheres! Vocês, difíceis, são muito, mas muito mais atraentes. Tornam-se mais belas, irresistíveis. Nunca se esqueçam disso!

Eu não sei o jeito dela, não sei qual o cheiro da pele dela ou do doce perfume do Boticário ou Natura que ela usa. Não sei se a voz dela é aguda ou melosa. Não sei a cor do cabelo, dos olhos e nem as formas do corpo. Eu não sou exigente! Formas e estilos definidos não importam para mim.

Mas já imaginei algumas coisas: quero que ela me acompanhe comendo bauru; que me aplauda de pé quando eu ganhe algum prêmio; que rele comigo quando eu fizer algo de errado e que me deixe dar um abraço de urso depois da lição de moral; que ria a melhor gargalhada quando me ver com a camiseta virada ou com a calça rasgada. Mas que entenda quando veja a minha pior cara de sono ou tolere quando eu esteja gripado falando:

- Ói Aboooor! Dutu dem?

Ela ainda não sabe, mas eu sou muito carentão. Por trás da minha expressão de riso, tem alguém que espera uma surpresa aleatória e um abraço bem apertado seguido de um desejo de bom dia ou boa noite. Que carece de uma manifestação de carinho, por mais simples que esse gesto seja.

Aqui da janela vejo uma quinta-feira ensolarada, um Dia dos Namorados típico para caminhar por ai e falar o que vier à cabeça com a livre vontade de rir à toa por qualquer frase que demonstre a harmonia entre eu e ela. Mas e ela?

Ainda está por ai.

Tenho uma família maravilhosa e amigos muito complementares. Porém, nesses dois grupos, ainda está disponível um cargo polivalente e de muita responsabilidade: a de nora da minha mãe, a da neta postiça de minhas avós, a nova sobrinha da minha dúzia de tios, a nova priminha emprestada de todos os meus primos e a nova amiga daqueles poucos e bons amigos que possuo.

Quem é essa menina-mulher que espero?

- Não sei! Mas ela não sabe o que está perdendo...

Mas, por enquanto, permaneço solteiro. Mas o bom, é que, ao menos, nunca estou sozinho.

5 comentários:

Narca disse...

;*

Unknown disse...

q bunitinho!!!!
adorei o texto.
um dia vc encontra se é q já ñ achou?
vc é mto kridinho é impossivel ñ gostar d vc!!!
te adoro!!!
bjão!!!!!

Thaís disse...

Queeeeee lindo Marcos! A propaganda q fizeste na biblioteca nem chega aos pés do texto. Ficou muiiito bom. Juro que li querendo que ele ñ acabasse.
Fiquei até com aquela melancolia característica de Dia dos Namorados (característica nos solteiros, claro!).
Como já te disse outras vezes, tua futura namorada será uma pessoa de muita sorte! E é possível que depois desse texto candidatas apareçam, mesmo eu sabendo que tu não precisas de promoção.
Beijos!

Anônimo disse...

Fazia muito tempo que eu nao passava por aqui... claro que tu entendes meus motivos.
Mas acho que entrei em um dia especial, em que li algo extremamente lindo e verdadeiro.
Lindas palavras Marquinhos,estas cada vez melhor.
Ahhh e quanto a tua nova namorada, aquela que ainda nao conheces, tenho a certeza que vai ser alguém especial, alguém que mereça te ter ao lado, tu que és um guri super especial.

To com saudades, beijao Carol.

Anônimo disse...

Fazia muito tempo que eu nao passava por aqui... claro que tu entendes meus motivos.
Mas acho que entrei em um dia especial, em que li algo extremamente lindo e verdadeiro.
Lindas palavras Marquinhos,estas cada vez melhor.
Ahhh e quanto a tua nova namorada, aquela que ainda nao conheces, tenho a certeza que vai ser alguém especial, alguém que mereça te ter ao lado, tu que és um guri super especial.

To com saudades, beijao Carol.