domingo, 15 de junho de 2008

Colunismo de Domingo - II

E A MÚSICA CESSOU


Poucos gostam quando a música cessa. Seja pela vontade programada de alguém ou ainda pela falha técnica que corta com a seqüência musicada de cada um. E, nesta semana dos namorados, a música parou.

Ela parou como se ninguém esperasse pela cessão – por mais que as circunstâncias vitais já demonstrassem, na realidade, o fim já próximo depois de um início e meio repletos de melodias, gingas e bamboleios.

O único barulho que se ouviu foi o do silêncio, o silêncio que perturba e, ao mesmo tempo, choca a centenas de milhares que – uns por alguns poucos anos e outros por quase toda a vida – ouviram, ouviam e, claro, ouvirão ainda por muitas outras vezes.

Mesmo aqueles que não eram dos mais chegados ao samba sentirão a diferença nos próximos carnavais, pois a música de Jamelão, menos conhecido por José Bispo Clementino dos Santos, cessou aos 95 anos de idade – 59 anos deles dedicados a Estação Primeira de Mangueira.

Hoje, o mestre descansa em paz já embalando outros vilarejos em sambódromos construídos apenas para os especialistas do samba.

Mas o carnaval?

Não será mais o mesmo, definitivamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nem o carnaval, nem a mangueira, mas muito menos o samba brasileiro será o mesmo. :)
Beijo!