Aquela porta entreaberta não era mais páreo para Adelaide. Estava ali. Precisava entrar e conferir o motivo do tal barulho que originou as latidas de Tobby. Um porque havia e precisava descobri-lo. Mas como? Invadiria a peça com a faca empunhada ou deveria ser sorrateira?
Ela preferiu atacar.
E com a faca.
Agora com passos rápidos e barulhentos adentrou a peça, premeu com a mão esquerda o interruptor da luz e viu... viu a peça toda bagunçada. A colcha da cama pelo chão com os travesseiros rasgados e o abajur do bidê demolido. Isso foi um assalto! – deduziu mentalmente. Em frente à cama o frigobar aberto e alguns itens abertos pelo chão. À esquerda, uma peça pequena que servia de despensa da casa... toda revirada. Pacotes de arroz, feijão, açúcar e várias latas de óleo também pelo chão. A peça estava revirada.
Adelaide olhou aquilo de cima para baixo, de baixo para cima e não acreditava no que vira. Toda a despensa derrubada como se estivessem procurando algum pertence valioso da família. Na hora pensou de imediato em seus colares, mas lembrou em seguida da centelha de ouro da família do marido. Uma centelha que vinha de geração em geração, atravessando oceanos e estacionando nas mãos de Francisco, ou melhor, dentro de uma caixa na parede falsa do fundo do guarda-roupa do casal.
- Tobby, corre lá no meu quarto! Corre! – sussurrou ela. O Cachorro apenas a olhou, girando a cabeça para um lado e para o outro, não entendendo nada do que ela havia pedido. Ela repetiu a ordem e nada. Até que se lembrou de algo infalível:
- O chinelo! O chinelo da mamãe, Tobby!
O cachorro saiu em disparada, correndo como se alguém lhe tivesse oferecido um punhado de carne moída. A idéia de Adelaide era de que se já tivesse alguém no quarto, Tobby latiria dando sinal e ela tomaria as providências cabíveis.
Enquanto o bichano não chegara ainda no quarto, Adelaide avançou mais um pouco e fora passo e passo analisando os prejuízos e tentando desvendar o mistério que invadira a casa da família. Agachou-se para puxar a colcha do chão. Quase tocando na colcha, se lembrou de que seria melhor não modificar nenhum elemento da cena. Foi aí que mais uma surpresa apareceu: um barulho veio do fundo da peça, do banheiro.
Os olhos estralaram, arregalaram-se quase caindo das órbitas. Deitou-se imediatamente, de bruços, largando a faca ao seu lado. O barulho prosseguia. Adelaide puxou a colcha e tapou-se. Escondeu-se rapidamente. A coragem havia sido diminuída pelo medo. Totalmente diminuída. Um medo plausível, claro.
Debaixo da colcha ouviu o barulho aumentar e aproximar-se cada vez mais. Talvez o assaltante estivesse ali por perto, já sentado na cama talvez mexendo nas gavetas do bidê ou deliciando-se com um pacote de bolachinhas recheadas. Adelaide suava aos cântaros. Suava. Suava. Suava. Mas não era somente por causa abafamento. Mas sim, de medo.
Muito medo.
Ela preferiu atacar.
E com a faca.
Agora com passos rápidos e barulhentos adentrou a peça, premeu com a mão esquerda o interruptor da luz e viu... viu a peça toda bagunçada. A colcha da cama pelo chão com os travesseiros rasgados e o abajur do bidê demolido. Isso foi um assalto! – deduziu mentalmente. Em frente à cama o frigobar aberto e alguns itens abertos pelo chão. À esquerda, uma peça pequena que servia de despensa da casa... toda revirada. Pacotes de arroz, feijão, açúcar e várias latas de óleo também pelo chão. A peça estava revirada.
Adelaide olhou aquilo de cima para baixo, de baixo para cima e não acreditava no que vira. Toda a despensa derrubada como se estivessem procurando algum pertence valioso da família. Na hora pensou de imediato em seus colares, mas lembrou em seguida da centelha de ouro da família do marido. Uma centelha que vinha de geração em geração, atravessando oceanos e estacionando nas mãos de Francisco, ou melhor, dentro de uma caixa na parede falsa do fundo do guarda-roupa do casal.
- Tobby, corre lá no meu quarto! Corre! – sussurrou ela. O Cachorro apenas a olhou, girando a cabeça para um lado e para o outro, não entendendo nada do que ela havia pedido. Ela repetiu a ordem e nada. Até que se lembrou de algo infalível:
- O chinelo! O chinelo da mamãe, Tobby!
O cachorro saiu em disparada, correndo como se alguém lhe tivesse oferecido um punhado de carne moída. A idéia de Adelaide era de que se já tivesse alguém no quarto, Tobby latiria dando sinal e ela tomaria as providências cabíveis.
Enquanto o bichano não chegara ainda no quarto, Adelaide avançou mais um pouco e fora passo e passo analisando os prejuízos e tentando desvendar o mistério que invadira a casa da família. Agachou-se para puxar a colcha do chão. Quase tocando na colcha, se lembrou de que seria melhor não modificar nenhum elemento da cena. Foi aí que mais uma surpresa apareceu: um barulho veio do fundo da peça, do banheiro.
Os olhos estralaram, arregalaram-se quase caindo das órbitas. Deitou-se imediatamente, de bruços, largando a faca ao seu lado. O barulho prosseguia. Adelaide puxou a colcha e tapou-se. Escondeu-se rapidamente. A coragem havia sido diminuída pelo medo. Totalmente diminuída. Um medo plausível, claro.
Debaixo da colcha ouviu o barulho aumentar e aproximar-se cada vez mais. Talvez o assaltante estivesse ali por perto, já sentado na cama talvez mexendo nas gavetas do bidê ou deliciando-se com um pacote de bolachinhas recheadas. Adelaide suava aos cântaros. Suava. Suava. Suava. Mas não era somente por causa abafamento. Mas sim, de medo.
Muito medo.
Mas o quê seria? Isso é o que você vai saber na seqüência do folhetim "Ela Sabia de Tudo", aqui no Palavra de Guri.
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