Olho-me no espelho e percebo que não sou mais aquele gurizinho que vivia jogando bola três vezes por dias, nove vezes na semana, que sujava calções de cera de parquet e tingia as meias brancas com sangue escorrido dos joelhos.
O tempo voou e nem me pediu passagem, ignorou o meu papel de cobrador do meu próprio ônibus. Passou tão rápido, sem levantar poeira, que só fui perceber agora, em plena madrugada, quando estava indo escovar os dentes. Se não fosse o espelho improvisado, pendurado no lustre, em cima da pia do banheiro e o meu sono desregulado, eu já estaria dormindo e nem elucidaria isso.
O tornozelo direito agora dói. Muito. Antes, no máximo, ficava inchado e dolorido, mas passava depois uma boa noite de sono. Agora os joelhos estralam por qualquer movimento brusco. Antes, pulsavam energia para correr quarteirões e quadras de futsal sem que ao menos reclamassem de uma fisgadinha no cruzado ou de alguma fincada nos meniscos.
O tempo voou e nem me pediu passagem, ignorou o meu papel de cobrador do meu próprio ônibus. Passou tão rápido, sem levantar poeira, que só fui perceber agora, em plena madrugada, quando estava indo escovar os dentes. Se não fosse o espelho improvisado, pendurado no lustre, em cima da pia do banheiro e o meu sono desregulado, eu já estaria dormindo e nem elucidaria isso.
O tornozelo direito agora dói. Muito. Antes, no máximo, ficava inchado e dolorido, mas passava depois uma boa noite de sono. Agora os joelhos estralam por qualquer movimento brusco. Antes, pulsavam energia para correr quarteirões e quadras de futsal sem que ao menos reclamassem de uma fisgadinha no cruzado ou de alguma fincada nos meniscos.
Mesmo com o tempo tentando me derrubar, tenho algo positivo: não tenho câimbras. Panturrilhas, coxas, braços e dedos. Nadinha, nadinha. Que bom! Ao menos posso me agachar e fazer carinho nos cachorros da família Recuero.
Dor nas costas, dor nos ombros e dor no pescoço. “Postura meu filho! Postura!” – diz (dizia desde meus nove anos) a minha mãe quando me vê trabalhando ao computador com a coluna envergada para frente. Mal sabia eu que essas dores viriam tão cedo, logo nos meus 21 anos, no ápice da necessidade do uso do computador para acelerar os trabalhos.
Quando era pequeno pensava que os adultos reclamavam de preguiçosos ou de serem chatos mesmo.
Nada disso.
Hoje eu entendo o porquê de eles ficarem lendo livros e livros enquanto nós, ainda crianças, ficávamos a quase invadir os desenhos animados em frente a televisão. Acompanhavam-nos ali e, de quando em vez, nos acariciavam e nos alimentavam com torrradinhas de queijo e presunto acompanhadas de Nescau. E se comêssemos tudo, mas tudinho, ganhávamos Danoninho de recompensa.
Cheguei aos 21 anos e com a idade psicológica de 29, segundo a minha psicóloga. Pronto, sou adulto – ou ao menos responsável pelos meus atos. Porém, se não sou um em relação ao amadurecimento, já tenho a estrutura quase completa, mesmo que os médicos ainda insistam que crescemos até os 24, 25 anos. Pura lorota! Estancamos nos 21 anos e pronto. Os sisos já nasceram e já foram arrancados, os ossos calcificaram de vez e o cabelo, bem o cabelo... começa a sumir. Não é nem a cair, é a sumir mesmo, pois caem e não crescem de novo.
Com dores aqui ou ali, ainda sou um bom exemplo de saúde ativa no meu dia-a-dia. Descobri que todas essas dores, na maioria das vezes, são psicológicas. Tão psicológicas quanto ao frio que sentimos quando saímos do banho quente em pleno inverno ou daquele pseudo-sono após o almoço. Tudo é psicológico, não é o que dizem?
Mais psicológico ainda é colocar a culpa no próprio psicológico. Mas isso eu vou tomar conta em breve, porque agora eu quero é a minha cama para repousar ao menos por algumas quatro ou oito horas, pois o final de semana vai ser cheio de trabalhos e de dor, claro, dor de cotovelo também, ao ver alguns amigos podendo jogar bola e festejar sem ter a preocupação da monografia e de outras obrigações acadêmicas. Dizem que o resultado vem depois, então...
No fundo, o problema nem é a dor nas costas, nos joelhos ou até nos cotovelos, confirmei agora outra coisa que pensei que com bom humor poderia salvar: quando a gente chega aos 21 anos ficamos iguais aos nossos tios, velhos reclamões.
Falando nisso, alguém tem um emplasto de cânfora para a minha dor nas costas?
Dor nas costas, dor nos ombros e dor no pescoço. “Postura meu filho! Postura!” – diz (dizia desde meus nove anos) a minha mãe quando me vê trabalhando ao computador com a coluna envergada para frente. Mal sabia eu que essas dores viriam tão cedo, logo nos meus 21 anos, no ápice da necessidade do uso do computador para acelerar os trabalhos.
Quando era pequeno pensava que os adultos reclamavam de preguiçosos ou de serem chatos mesmo.
Nada disso.
Hoje eu entendo o porquê de eles ficarem lendo livros e livros enquanto nós, ainda crianças, ficávamos a quase invadir os desenhos animados em frente a televisão. Acompanhavam-nos ali e, de quando em vez, nos acariciavam e nos alimentavam com torrradinhas de queijo e presunto acompanhadas de Nescau. E se comêssemos tudo, mas tudinho, ganhávamos Danoninho de recompensa.
Cheguei aos 21 anos e com a idade psicológica de 29, segundo a minha psicóloga. Pronto, sou adulto – ou ao menos responsável pelos meus atos. Porém, se não sou um em relação ao amadurecimento, já tenho a estrutura quase completa, mesmo que os médicos ainda insistam que crescemos até os 24, 25 anos. Pura lorota! Estancamos nos 21 anos e pronto. Os sisos já nasceram e já foram arrancados, os ossos calcificaram de vez e o cabelo, bem o cabelo... começa a sumir. Não é nem a cair, é a sumir mesmo, pois caem e não crescem de novo.
Com dores aqui ou ali, ainda sou um bom exemplo de saúde ativa no meu dia-a-dia. Descobri que todas essas dores, na maioria das vezes, são psicológicas. Tão psicológicas quanto ao frio que sentimos quando saímos do banho quente em pleno inverno ou daquele pseudo-sono após o almoço. Tudo é psicológico, não é o que dizem?
Mais psicológico ainda é colocar a culpa no próprio psicológico. Mas isso eu vou tomar conta em breve, porque agora eu quero é a minha cama para repousar ao menos por algumas quatro ou oito horas, pois o final de semana vai ser cheio de trabalhos e de dor, claro, dor de cotovelo também, ao ver alguns amigos podendo jogar bola e festejar sem ter a preocupação da monografia e de outras obrigações acadêmicas. Dizem que o resultado vem depois, então...
No fundo, o problema nem é a dor nas costas, nos joelhos ou até nos cotovelos, confirmei agora outra coisa que pensei que com bom humor poderia salvar: quando a gente chega aos 21 anos ficamos iguais aos nossos tios, velhos reclamões.
Falando nisso, alguém tem um emplasto de cânfora para a minha dor nas costas?
2 comentários:
Aqueles adultos chatos lendo livros também viam jornais na televisão ao invés de olhar desenhos, tão mais coloridos e divertidos!!!
E tens toda a razão, agora somos nós os adultos chatos... ou pelo menos estamos no caminho!!
"Mais psicológico ainda é colocar a culpa no próprio psicológico." hahahahah Essa tá boa, adorei!
Beijos pra esse guri de quase 30 anos. Eu to com 22 e ainda tenho dois sisos pra extrair (preciso criar juízo).
isso que nem é preciso muito esforço para fazer carinho nos cães GIGANTES da família recuero! iuahiuahiuahau. :P e eu não me acho uma adulta chata! não pensa assim...sempre tem o lado legal de envelhecer (como...ficar mais... sábio?). :P
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