No primeiro dia de trabalho de Andressa, Francisco chegou à cozinha, na hora do almoço, e disparou:
- O que temos para hoje, hein Andressa?
- Salada de tomate e alface, arroz, feijão, bife acebolado e polenta seu Francisco! – respondeu a nova empregada doméstica.
- Andressa, podes me chamar de Chico! Chiquinho se quiseres, ok?
- Está certo patrão.
- Mas vem cá. Sabes fazer polenta, é?
- Sei sim, aprendi com a minha mãe quando era pequena...
- É frita ou deitadinha ao prato?
- Hoje eu fiz frita, mas sei fazer deitadinha também!
- Hm, que delícia! Quero te experimentar! Aliás, a polenta! Quero experimentar a polenta! – corrigiu ele.
Andressa ruborizou. Não sabia para onde olhar. Virou-se para o fogão e continuou mexendo o feijão, com a cabeça baixa. O major havia se deixado levar por pensamentos insanos, estimulados pelas curvas e pelo charme dos cabelos encaracolados de Andressa – que seria uma falta de respeito para com ela e, sobretudo, com Adelaide, sua esposa – que preenchia agora a cozinha da casa. Era a mais nova carne da casa, o novo alvo do major Francisco.
Depois de despejar suas intenções, o major abriu a geladeira e pescou uma azeitona, duas talvez e saiu dali distribuindo sorrisos maliciosos de canto de boca em direção à sala enquanto o almoço ainda não estava pronto. Colheu o jornal do dia em cima da mesa, sentou-se no sofá e iniciou a leitura. Passou os olhos sobre a notícia que falava os abigeatos nas chácaras de Rio Grande e foi direto para o caderno de esportes do Jornal Agora. Leu as últimas notícias do Sport Club Rio Grande, despreocupado, como se nada tivesse acontecido com Andressa, de consciência tranqüila.
Aos poucos a família foi chegando. Adelaide do consultório médico já na companhia dos filhos, Carolina e Tales, que já distribuíam gritos pela sala da casa interrompendo a leitura de Francisco:
- Paiêêê! Me leva no aniver da Bruninha hoje à noite? – perguntava Carolina.
- O pai! Tem treino hoje as nove hein! – avisava Tales.
E ele apenas balançava positivamente a cabeça.
- Oi amor, como foi tua manhã? – disse Adelaide, seguido de um rápido beijo no rosto do marido.
- Nada, nada! Foi tranqüila. Liga aí televisão que eu quero ver o Globo Esportes, velha... – emendou, sem nenhum por favor.
Adelaide ligou a televisão e saiu dali, bufando pela falta de atenção do marido. Foi até a cozinha verificar com Andressa se o almoço já estava pronto. Já no caminho sentiu o cheiro do feijão e salivou. Mas um cheiro de queimado estava começando a sair da cozinha e impregnar a casa.
Era o arroz. Seco, seco, sequinho. Queimando. Perdido. Com destino direto para o mexido dos porcos da chácara dos Martinatto.
Tudo ali nos conformes: salada, feijão sem o arroz, bife acebolado e as polentas fritas. O almoço pronto para ser servido.
Exceto Andressa.
- O que temos para hoje, hein Andressa?
- Salada de tomate e alface, arroz, feijão, bife acebolado e polenta seu Francisco! – respondeu a nova empregada doméstica.
- Andressa, podes me chamar de Chico! Chiquinho se quiseres, ok?
- Está certo patrão.
- Mas vem cá. Sabes fazer polenta, é?
- Sei sim, aprendi com a minha mãe quando era pequena...
- É frita ou deitadinha ao prato?
- Hoje eu fiz frita, mas sei fazer deitadinha também!
- Hm, que delícia! Quero te experimentar! Aliás, a polenta! Quero experimentar a polenta! – corrigiu ele.
Andressa ruborizou. Não sabia para onde olhar. Virou-se para o fogão e continuou mexendo o feijão, com a cabeça baixa. O major havia se deixado levar por pensamentos insanos, estimulados pelas curvas e pelo charme dos cabelos encaracolados de Andressa – que seria uma falta de respeito para com ela e, sobretudo, com Adelaide, sua esposa – que preenchia agora a cozinha da casa. Era a mais nova carne da casa, o novo alvo do major Francisco.
Depois de despejar suas intenções, o major abriu a geladeira e pescou uma azeitona, duas talvez e saiu dali distribuindo sorrisos maliciosos de canto de boca em direção à sala enquanto o almoço ainda não estava pronto. Colheu o jornal do dia em cima da mesa, sentou-se no sofá e iniciou a leitura. Passou os olhos sobre a notícia que falava os abigeatos nas chácaras de Rio Grande e foi direto para o caderno de esportes do Jornal Agora. Leu as últimas notícias do Sport Club Rio Grande, despreocupado, como se nada tivesse acontecido com Andressa, de consciência tranqüila.
Aos poucos a família foi chegando. Adelaide do consultório médico já na companhia dos filhos, Carolina e Tales, que já distribuíam gritos pela sala da casa interrompendo a leitura de Francisco:
- Paiêêê! Me leva no aniver da Bruninha hoje à noite? – perguntava Carolina.
- O pai! Tem treino hoje as nove hein! – avisava Tales.
E ele apenas balançava positivamente a cabeça.
- Oi amor, como foi tua manhã? – disse Adelaide, seguido de um rápido beijo no rosto do marido.
- Nada, nada! Foi tranqüila. Liga aí televisão que eu quero ver o Globo Esportes, velha... – emendou, sem nenhum por favor.
Adelaide ligou a televisão e saiu dali, bufando pela falta de atenção do marido. Foi até a cozinha verificar com Andressa se o almoço já estava pronto. Já no caminho sentiu o cheiro do feijão e salivou. Mas um cheiro de queimado estava começando a sair da cozinha e impregnar a casa.
Era o arroz. Seco, seco, sequinho. Queimando. Perdido. Com destino direto para o mexido dos porcos da chácara dos Martinatto.
Tudo ali nos conformes: salada, feijão sem o arroz, bife acebolado e as polentas fritas. O almoço pronto para ser servido.
Exceto Andressa.
O primeiro arroz queimado de Andressa na casa dos Martinatto. Normal, até então. Mas, será que ela teria alguma ligação com o mistério da televisão? Isso é o que você saberá na seqüência do folhetim "Ela Sabia de Tudo", aqui, no Palavra de Guri.
Um comentário:
Ihh...esse seu Francisco, não sei não, hein? Certamente ele terá culpa no cartório. E a Dona Adelaide que se cuide com a Andressa que, apesar de ter se mostrado inofensiva, já despertou pensamentos maliciosos no major.
Beijos! ;p
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