Um amigo meu, o Pereirinha, sempre foi chegado às tradições gaúchas. Churrascos de chão, gineteadas e danças regionais. Sempre acompanhado pelo amargo e sagrado chimarrão na mateira. Era lenço no pescoço, bombacha nos trinques com direito a faca na bainha e fivela de família no cinto. Sem contar nas botas lustradas e com as esporas bem cuidadas. Tradição essa que honra até os dias de hoje, com algumas adaptações, é claro.
O Pereirinha, depois dos desfiles comemorativos e dos ensaios do grupo do qual participava, chegava em casa e não tirava as roupas tradicionalistas, só as esporas. Sentava no sofá com a bombacha suada e ainda colocava os pés em cima da mesa da sala com as botas sujas de barro que a dona Magda ralhava com ele. Na época do colégio, aos sábados, quando o uniforme era liberado, o Pereirinha sempre aparecia no colégio pilchado. Não abandonava as tradições.
Por essa mania de não abandonar os costumes gaudérios, o Pereirinha conquistou o título de 1° Guri do Estado no ano de 2001. Foi aí que o problema começou a pegar. Começou a matar as aulas para representar o Estado em festas comemorativas das cidades e eventos interestaduais. Tudo com o consentimento da dona Magda e do seu Mauro. Era um guri perseverante, que honrava a tradição até as ultimas estâncias. Depois do término das provas, o final do bimestre e chegaria então o dia da entrega dos boletins. Temidos boletins.
O 1° Guri do Estado que era tão bom nas exatas, havia caído de rendimento logo nelas. Não absurdamente, mas o suficiente para que as notas não o garantissem passar de ano se a situação continuasse daquele jeito. A corda havia sido puxada pelos professores e o papo reto comia em casa pelos seus pais. O Pereirinha ficou entre duas opções: seguir honrando a tradição por prazer ou mandar ver nos estudos no restante do ano para terminar o 1° ano do Ensino Médio de modo direto, sem recuperações e, claro, sem repetências.
Ele optou pelo certo. Voltou das férias de julho bem mudado. Cabelo bem cortado, e comportamento exemplar. A única coisa que o Pereirinha não abandonaria, além dos estudos, era o sagrado futsal. Era goleiro. Era goleiro do tipo louco. Louco sim, porque goleiro é louco ou é viado. Viado com “i” de ignorante. E ele não combinava com isso, bem pelo contrário. O Pereirinha, mesmo franzino, fechava o gol. E a fama de mulherengo era consagrada pelas guriazinhas no final da educação física ou dos treinos reservados para a nossa turma. Elas não saíam da grade de acesso a quadra. Tinhosas, subindo pelas grades. Pelas grades, por causa do Pereirinha. E ele resistia. Passava por elas, largava um “Oi gurias!” - que usa até hoje quando não se lembra de alguma guria - e seguia em direção ao bebedouro e do bebedouro direto para a casa.
Era uma novidade bombástica. Abalou todos nós, os seus amigos. Ele tinha abdicado das mulheres. Mas como? Ninguém entendeu. Nada mulherengo. Coisa que o Pereirinha gostava de ser e que, atualmente, anda monogâmico pela qualidade de algumas mulheres disponíveis na praça. Segundo ele, há quantidade, mas não há qualidade. Ele vive dizendo: “Prenda minha tem que ser para casar! E eu estou procurando!”. E assim, em 2001, o bonitão depois de uma fase extremamente anti-mulheres – ao menos para os amigos – apareceu de mãos dadas com uma prenda nova. Era a Thaís, a nova namorada do Pereirinha. Todos então entenderam o porquê de o Pereirinha sair do treino e nem dar bola para as guriazinhas na porta. O 1° Guri do Estado tinha a malandragem da G.M., da Gurizada Medonha.
Depois de sete anos do fato, no verão de 2008, o Pereirinha voltou a dar aulas de danças tradicionalistas. Não namora mais a Thaís, namoro que chegou aos quatro anos e desgastou com o tempo. Outras prendas passaram pela companhia dele, mas também não deram certo. A dona Magda suspeita da atual atividade de professor de dança do filho e tem certeza que é por causa das mulheres. E ela está certa. Mãe nunca erra. Pela falta de qualidade das prendas do mercado, o Pereirinha resolveu honrar novamente as tradições gauchescas e comanda um grupo de dança tradicionalista repleto de menininhas e outras prendas já experientes.
O Pereirinha, depois dos desfiles comemorativos e dos ensaios do grupo do qual participava, chegava em casa e não tirava as roupas tradicionalistas, só as esporas. Sentava no sofá com a bombacha suada e ainda colocava os pés em cima da mesa da sala com as botas sujas de barro que a dona Magda ralhava com ele. Na época do colégio, aos sábados, quando o uniforme era liberado, o Pereirinha sempre aparecia no colégio pilchado. Não abandonava as tradições.
Por essa mania de não abandonar os costumes gaudérios, o Pereirinha conquistou o título de 1° Guri do Estado no ano de 2001. Foi aí que o problema começou a pegar. Começou a matar as aulas para representar o Estado em festas comemorativas das cidades e eventos interestaduais. Tudo com o consentimento da dona Magda e do seu Mauro. Era um guri perseverante, que honrava a tradição até as ultimas estâncias. Depois do término das provas, o final do bimestre e chegaria então o dia da entrega dos boletins. Temidos boletins.
O 1° Guri do Estado que era tão bom nas exatas, havia caído de rendimento logo nelas. Não absurdamente, mas o suficiente para que as notas não o garantissem passar de ano se a situação continuasse daquele jeito. A corda havia sido puxada pelos professores e o papo reto comia em casa pelos seus pais. O Pereirinha ficou entre duas opções: seguir honrando a tradição por prazer ou mandar ver nos estudos no restante do ano para terminar o 1° ano do Ensino Médio de modo direto, sem recuperações e, claro, sem repetências.
Ele optou pelo certo. Voltou das férias de julho bem mudado. Cabelo bem cortado, e comportamento exemplar. A única coisa que o Pereirinha não abandonaria, além dos estudos, era o sagrado futsal. Era goleiro. Era goleiro do tipo louco. Louco sim, porque goleiro é louco ou é viado. Viado com “i” de ignorante. E ele não combinava com isso, bem pelo contrário. O Pereirinha, mesmo franzino, fechava o gol. E a fama de mulherengo era consagrada pelas guriazinhas no final da educação física ou dos treinos reservados para a nossa turma. Elas não saíam da grade de acesso a quadra. Tinhosas, subindo pelas grades. Pelas grades, por causa do Pereirinha. E ele resistia. Passava por elas, largava um “Oi gurias!” - que usa até hoje quando não se lembra de alguma guria - e seguia em direção ao bebedouro e do bebedouro direto para a casa.
Era uma novidade bombástica. Abalou todos nós, os seus amigos. Ele tinha abdicado das mulheres. Mas como? Ninguém entendeu. Nada mulherengo. Coisa que o Pereirinha gostava de ser e que, atualmente, anda monogâmico pela qualidade de algumas mulheres disponíveis na praça. Segundo ele, há quantidade, mas não há qualidade. Ele vive dizendo: “Prenda minha tem que ser para casar! E eu estou procurando!”. E assim, em 2001, o bonitão depois de uma fase extremamente anti-mulheres – ao menos para os amigos – apareceu de mãos dadas com uma prenda nova. Era a Thaís, a nova namorada do Pereirinha. Todos então entenderam o porquê de o Pereirinha sair do treino e nem dar bola para as guriazinhas na porta. O 1° Guri do Estado tinha a malandragem da G.M., da Gurizada Medonha.
Depois de sete anos do fato, no verão de 2008, o Pereirinha voltou a dar aulas de danças tradicionalistas. Não namora mais a Thaís, namoro que chegou aos quatro anos e desgastou com o tempo. Outras prendas passaram pela companhia dele, mas também não deram certo. A dona Magda suspeita da atual atividade de professor de dança do filho e tem certeza que é por causa das mulheres. E ela está certa. Mãe nunca erra. Pela falta de qualidade das prendas do mercado, o Pereirinha resolveu honrar novamente as tradições gauchescas e comanda um grupo de dança tradicionalista repleto de menininhas e outras prendas já experientes.
Podem acreditar, o Pereirinha voltou. Voltou por causa das mulheres, somente das mulheres. Porque o sangue nasceu gaúcho e esse não muda, não sai do corpo até a morte. Assim como o lenço vermelho no pescoço. E foi por vocês, mulheres, que o Pereirinha voltou a honrar as tradições. Teoria simples: ele uniu o útil ao agradável. A dona Magda se escabela, mas acaba entendendo. Já o seu Mauro dá pulos de alegria. Eles têm orgulho do seu guri, do seu pequeno e grande maragato.
5 comentários:
Adorei o texto! :)
Bom o texto! Se não fosse pelas mulheres, muitos homens estavam perdidos por aí.. tá aí o Pereirinha que não me deixa mentir hahaha.. nós somos tuuudo de melhor haeuihaeiah! :)
Saudades tuuuas.. aparece logo! Beijo bem grade, da tua amiga que bota pra ferver! haha :)
Como sempre sou alvo das tuas idéias mirabolantes! Vou começar e pedir direitos autorais sobre as minhas peripécias!! haiuahaiahiau!! Negão! Muito massa!! Mais uma vez, obrigado pela lembraça. E uma coisa é certa, A VOLTA VEM, E VEM DE A CAVALO!! Cinchado abraço Guasca!
... não afroxemo nem nos lançante pois semo loco de dá com pau!...
nao sei porque quando li lembrei do texto aquele da ex namorada que viro atual com onome estranho e casualmente falava da mesma pessoa...
segundo fontes acima do meu comentario..
adorei o Pereirinha..parece ser simpatico ele não..
IHAIOEHAOIHEOIAHEIOHAOIE
kinhos to com saudade tua!
apareça!
Beijo (:
E da-lhe pereirinha :D
esse é guri bom, criado na volta das casa =P hehehe
Espero que só o pereirinha seja mulherengo, que os (o) amigos (o) dele nao sejam (a)
heheheheh
beijos gordinhoo
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