Desde o começo aquele relacionamento do Bruno e da Cátia não tinha muito futuro mesmo. Em menos de uma semana após terem se conhecido já estavam emendando um namoro, assim, de bate-pronto, como um passe rápido no futsal. Os amigos e até os pais dos dois viam e comentavam com eles de que aquele namoro poderia ser algo muito precipitado. Os dois não escutaram e preferiam seguir em frente, acreditando que aquele relacionamento poderia dar certo – mesmo com tantas diferenças entre os dois. Muitas diferenças.
O Bruno fora criado desde pequeno só com a mãe. Era o filhinho querido e paparicado, filhinho de mamãe mesmo. Tinha tudo que queria. Já a Cátia tinha mais duas irmãs e não tinha mesmo tratamento dele. Uma boa diferença de convívio e de criação, o que acarretaria nas manias de cada um. Dito e feito.
Estudavam no mesmo colégio e lá se conheceram na fila do bar. Não eram da mesma série, a Cátia já estava no último ano do ensino médio e o Bruno recém no primeiro ano. Uma diferença também de idade, de quase três anos. A Cátia com 17, ele com 14 anos e alguns meses. Dizem que as mulheres amadurecem mais rápido que os homens, mas imagine logo uma mulher quase três anos mais velha que um homem? A diferença de comportamento era grande, assim como a diferença também de altura dos dois.
Em um evento esportivo organizado pelo Grêmio Estudantil do colégio, o Bruno acabou sendo o artilheiro do campeonato. Adivinhe você quem entregou a medalha a ele? Exato, a Cátia.
- Parabéns Bruno!
- Sabes meu nome, é? – devolveu.
- Sim, mas não é pelo prêmio...
O Bruno não perdeu tempo e falou no final do abraço de parabéns, que a esperaria na saída da quadra de futsal:
- Te espero ali na saída quando acabar a premiação, ok?
- Arrãm... – balbuciou a Cátia com um sorriso todo saliente.
Foi tudo muito rápido, pá-pum. Depois da premiação lá estava esperando, mas não o Bruno e sim a Cátia. Ela chegou primeiro. Estava com o cabelo preso escorada na parede. O Bruno ficou surpreso quando a viu o esperando. Nossa, ela veio mesmo! – pensou ele. Pensaria numa frase arrebatadora para ganhá-la, não poderia chegar dizendo apenas olá ou um minúsculo oi. Ao mesmo tempo pensou que um oi carregado de intenções poderia ser mais lucrativo.
- Oi... – disse ele, com o melhor dos seus sorrisos, aquele de lado a lado.
- Oi Bruninho... – respondeu a Cátia, com a mão atrás do pescoço, massageando a nuca por causa daquela situação um pouco nervosa.
- Que bom te ver aqui! Até pensei que não virias...
- É, mas não vamos ficar aqui, não é? – falou a Cátia com outras intenções.
- Vem comigo então...
- Vamos para onde?
- Eu te explico no caminho, vem! – disse o artilheiro com uma frase convicta e tão acertada como algum dos 23 gols que havia feito naquele campeonato do colégio.
Saíram da porta do ginásio e foram em direção a Praça Tamandaré. Foram conversando e trocando algumas risadas pelas brincadeiras que o Bruninho fazia. Entre uma brincadeira e outra a Cátia foi se entregando mais ainda, dando abertura para aquele filhinho de mamãe. O que aconteceu? Bem, você sabe. Do mesmo jeito: pá-pum! O primeiro beijo, dali outro e outro e mais outro. Um encaixe perfeito: como chocolate e leite condensado ou como queijo e goiabada.
Só no encaixe. No resto, aos poucos foram descobrindo suas diferenças, especialmente, seus defeitos. O Bruno não gostava do jeito que Cátia falava com os outros guris; ela não gostava do jeito que ele usava para falar com as outras gurias. Mas ao mesmo tempo, entre um briga e outra, acabavam se dando bem e tudo terminava em um beijo e um abraço bem demorado. Já no outro dia ou, às vezes, em algumas horas depois, tudo acontecia de novo, mais briga, mais choro e, muito, mas muito mais ciúme.
O ciúme começou a ser o principal motivo das brigas. Ciúme doentio com o passar dos dias e dos meses. Os pais e os amigos lhes chamavam a atenção para aquela insanidade que os consumia. Poxa vida! Estavam apenas na adolescência e já passavam por fatos extremamente negativos. Falta de respeito e consideração não só entre eles, como também para os familiares que acabavam sofrendo com as brigas e ações dos dois.
Entre choros, caras feias e muita tristeza, ainda houve espaço para celulares quebrados, vidros rachados e outros prejuízos materiais das coisas dos dois, até o carro do pai de Cátia sofreu danos, infelizmente. Precisariam tomar uma decisão cabível e decidiram procurar um psicólogo para os ajudarem a ajustar aquela incontrolável situação.
Passada duas semanas de tratamento psicológico chegou-se a conclusão que nem o próprio profissional seria a solução, pois o problema não estava em ambos e sim em um deles, em Cátia, no ciúme exagerado que ela tinha do namorado. Ele também era ciumento, mas nada comparado ao ciúme compulsivo de Cátia. Com isso, um dos dois teve que ceder.
Bruninho fez uma proposta e tentou conversar civilizadamente com Cátia. Conseguiu de certa forma ter a atenção da namorada e, depois de alguns minutos, a sua solução para eles. Ele falou, falou e falou, mas foi bem direto. Ela acabou ouvindo, entre muitas lágrimas, claro. Só ele falou, ela só ouviu e depois de alguns minutos de silêncio após o monólogo de Bruno, ela concordou e então concordou com ele, em seguirem o caminho mais certo, de acabarem o namoro e continuarem sendo amigos, porque para eles mais valeria uma grande amizade por toda a vida do que uma pequena e triste história de amor.
O Bruno fora criado desde pequeno só com a mãe. Era o filhinho querido e paparicado, filhinho de mamãe mesmo. Tinha tudo que queria. Já a Cátia tinha mais duas irmãs e não tinha mesmo tratamento dele. Uma boa diferença de convívio e de criação, o que acarretaria nas manias de cada um. Dito e feito.
Estudavam no mesmo colégio e lá se conheceram na fila do bar. Não eram da mesma série, a Cátia já estava no último ano do ensino médio e o Bruno recém no primeiro ano. Uma diferença também de idade, de quase três anos. A Cátia com 17, ele com 14 anos e alguns meses. Dizem que as mulheres amadurecem mais rápido que os homens, mas imagine logo uma mulher quase três anos mais velha que um homem? A diferença de comportamento era grande, assim como a diferença também de altura dos dois.
Em um evento esportivo organizado pelo Grêmio Estudantil do colégio, o Bruno acabou sendo o artilheiro do campeonato. Adivinhe você quem entregou a medalha a ele? Exato, a Cátia.
- Parabéns Bruno!
- Sabes meu nome, é? – devolveu.
- Sim, mas não é pelo prêmio...
O Bruno não perdeu tempo e falou no final do abraço de parabéns, que a esperaria na saída da quadra de futsal:
- Te espero ali na saída quando acabar a premiação, ok?
- Arrãm... – balbuciou a Cátia com um sorriso todo saliente.
Foi tudo muito rápido, pá-pum. Depois da premiação lá estava esperando, mas não o Bruno e sim a Cátia. Ela chegou primeiro. Estava com o cabelo preso escorada na parede. O Bruno ficou surpreso quando a viu o esperando. Nossa, ela veio mesmo! – pensou ele. Pensaria numa frase arrebatadora para ganhá-la, não poderia chegar dizendo apenas olá ou um minúsculo oi. Ao mesmo tempo pensou que um oi carregado de intenções poderia ser mais lucrativo.
- Oi... – disse ele, com o melhor dos seus sorrisos, aquele de lado a lado.
- Oi Bruninho... – respondeu a Cátia, com a mão atrás do pescoço, massageando a nuca por causa daquela situação um pouco nervosa.
- Que bom te ver aqui! Até pensei que não virias...
- É, mas não vamos ficar aqui, não é? – falou a Cátia com outras intenções.
- Vem comigo então...
- Vamos para onde?
- Eu te explico no caminho, vem! – disse o artilheiro com uma frase convicta e tão acertada como algum dos 23 gols que havia feito naquele campeonato do colégio.
Saíram da porta do ginásio e foram em direção a Praça Tamandaré. Foram conversando e trocando algumas risadas pelas brincadeiras que o Bruninho fazia. Entre uma brincadeira e outra a Cátia foi se entregando mais ainda, dando abertura para aquele filhinho de mamãe. O que aconteceu? Bem, você sabe. Do mesmo jeito: pá-pum! O primeiro beijo, dali outro e outro e mais outro. Um encaixe perfeito: como chocolate e leite condensado ou como queijo e goiabada.
Só no encaixe. No resto, aos poucos foram descobrindo suas diferenças, especialmente, seus defeitos. O Bruno não gostava do jeito que Cátia falava com os outros guris; ela não gostava do jeito que ele usava para falar com as outras gurias. Mas ao mesmo tempo, entre um briga e outra, acabavam se dando bem e tudo terminava em um beijo e um abraço bem demorado. Já no outro dia ou, às vezes, em algumas horas depois, tudo acontecia de novo, mais briga, mais choro e, muito, mas muito mais ciúme.
O ciúme começou a ser o principal motivo das brigas. Ciúme doentio com o passar dos dias e dos meses. Os pais e os amigos lhes chamavam a atenção para aquela insanidade que os consumia. Poxa vida! Estavam apenas na adolescência e já passavam por fatos extremamente negativos. Falta de respeito e consideração não só entre eles, como também para os familiares que acabavam sofrendo com as brigas e ações dos dois.
Entre choros, caras feias e muita tristeza, ainda houve espaço para celulares quebrados, vidros rachados e outros prejuízos materiais das coisas dos dois, até o carro do pai de Cátia sofreu danos, infelizmente. Precisariam tomar uma decisão cabível e decidiram procurar um psicólogo para os ajudarem a ajustar aquela incontrolável situação.
Passada duas semanas de tratamento psicológico chegou-se a conclusão que nem o próprio profissional seria a solução, pois o problema não estava em ambos e sim em um deles, em Cátia, no ciúme exagerado que ela tinha do namorado. Ele também era ciumento, mas nada comparado ao ciúme compulsivo de Cátia. Com isso, um dos dois teve que ceder.
Bruninho fez uma proposta e tentou conversar civilizadamente com Cátia. Conseguiu de certa forma ter a atenção da namorada e, depois de alguns minutos, a sua solução para eles. Ele falou, falou e falou, mas foi bem direto. Ela acabou ouvindo, entre muitas lágrimas, claro. Só ele falou, ela só ouviu e depois de alguns minutos de silêncio após o monólogo de Bruno, ela concordou e então concordou com ele, em seguirem o caminho mais certo, de acabarem o namoro e continuarem sendo amigos, porque para eles mais valeria uma grande amizade por toda a vida do que uma pequena e triste história de amor.
2 comentários:
SE FORMANDO EM JORNALISMO OU PSICOLOGIA?
BRINCADEIRINHA!!!
ADOREI A SUA CRÔNICA!!!!
A CADA DIA Q PASSA VC ME SURPRIENDO AINDA MAIS D COMO CONSEGUE TRANSITAR SOBRE OS MAIS DIVERSOS ASSUNTOS E DIGA SE DE PASSAGEM SE SAINDO MTO BEM.
NAMORO REALMENTE É ASSIM QUASE SEMPRE AVERAM DIFERENÇAS,BRIGAS ALGUNS CONTINUAM OUTROS ACABAM O CERTO É SEGUIR EM FRENTE...
BJÃO!!!!!
Perfeito nao?! hahaha adoro quando sao escritos teus "textos" com enfase em relacionamentos e amor...
Bom as diferenças fazem parte e em certas doses sao boas. No entanto as grandes diferenças causam dores, mágoas e isso não é legal.
Quanto ao terminar um relacionamento e continuar uma amizade, tudo bem... pode ate funcionar, no entanto eu carol, acho que: quando se termina um amor de verdade, nao cabe uma amizade. Se ha amizade, aquela amizade mesmo, (nao aquela coisa de dar oi quando passa na rua e ponto) ainda há um carinho, é porque ainda existe alguma coisa. Não sei o que ... mas acho que exite.
Acho perfeitamente cabível pessoas com problemas amorosos irem até um psicólogo... ainda mais daqui há alguns anos hahahahaha
beijao querido.
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