domingo, 6 de abril de 2008

A Personal Trainer

Todos os dias a rotina era a mesma. Despertador às 6h30 da manhã, banho de dez minutos, meio mamão com granola e iogurte, duas bananas e estava bem alimentada. Depois era só escovar os dentes e vestir-se. Uma calça confortável, uma blusa justa, daquelas bem coladinhas mesmo ao corpo, um par de meias sem cano e tênis. Pronto. Ela estava preparada para ir dar aulas numa academia no centro de Pelotas. Claudia era personal-trainer.

Quem idolatrava Claudia não eram apenas os homens. As mulheres também observavam cada movimento e invejavam cada curva de seu corpo. Os glúteos sadios e rijos. As mamas empinadas e sem silicone. Tudo era natural. Claudia orgulhava-se disso. Não tinha pretensão de exibir-se com isso, mas também não se escondia. Vestia-se naturalmente e quase sempre da mesma forma. Só variava as cores das blusas e das calças. Quando frio, um casaquinho. A cada nova vestimenta os homens estralavam os olhos e balbuciavam: “Ela está cada vez mais linda!”. Babavam.

Claudia tinha muitos orientandos e orientandas mas havia um gordinho de quase 1,90 de altura que tinha acompanhamento de Claudia todos os dias às 10 horas da manhã. Ele chamava atenção. Usava quase sempre um camisetão verde, talvez tamanho extra grande e bermudas na mesma proporção. Calçava talvez 45 ou 46, uma lancha praticamente. O gordinho era persistente. Não faltava a uma aula e seguia cada orientação da personal-trainer. Claudia fazia o gordinho suar a ponto de ficar assoreado com o calor que sentira após a seqüência de exercícios. Eram seqüências dignas de fazer um elefante emagrecer.

O tal gordinho voltara do verão com 125 quilos. Decerto, oriundos das cervejas com os amigos na beira da praia ou de um churrasquinho com a família na domingo – ou talvez churrascos de domingo a domingo. Era um caso perdido, literalmente. Mas Claudia tinha a missão de secá-lo o máximo que pudesse para voltar a sua antiga forma ou o mais próximo dela. 100 quilos era a meta dele, de 92 a 90 quilos era a meta dela segundo os cálculos de altura e gordura.

Começou na academia logo após a volta das férias na Praia do Cassino com a família. 18 de fevereiro. Foi essa a data de entrada do gordinho na academia. Claudia fez a pesagem, tirou as medidas e estipulou uma orientação de exercícios para o fofinho fazer extra-academia, no conforto de sua casa. Mas o que mais dava prazer a ele, era poder fazer os exercícios na academia e ter a orientação dela. Quem não gostaria? Qual o homem diria não a Claudia, aquela personal-trainer top de mercado, se lhe obrigasse a fazer 500 abdominais? O gordinho não relutava. Não era bobo.

A previsão de Claudia era que em dois meses com exercícios diários e uma alimentação regular estipulada por ela, o gordinho viesse a emagrecer bastante quase se aproximando da meta dela. Dito e feito. O resultado dos esforços dos dois havia surtido efeito. O gordinho fazia jus a competência de seguir os ensinamentos de Claudia; ela, além de ser uma excelente personal-trainer, demonstrava-se ser uma grande amiga por ajudá-lo nas horas mais difíceis de falta de ar e cansaço. Ela era exemplo para os outros colegas de trabalho da academia; ele, um exemplo de persistência para os outros orientandos.

E foi assim, em menos de dois meses, em precisos 48 dias o ex-gordinho e agora bem distribuído homem estava nos trinques. Não usava mais aquelas camisetas e bermudas enormes. Já podia usar até as camisetas brancas de que tanto gostava e que deixara de usar por causa da aparência mais encorpada que elas lhe conferiam. Ainda freqüentaria a academia para seguir fazendo uma musculação, mas agora três vezes por semana ou até duas de acordo com as orientações da sua amiga Claudia.

125 quilos reduzidos a 92 quilos. 33 quilos de muita cerveja, picanhas gordurosas, chocolates e outras coisitas a más oriundas da falta de controle do gordinho. Ricardo era o nome dele. Obedecera a Claudia durante 48 e intermináveis dias. De domingo à domingo. Quando não na academia, correndo na pista de atletismo da Dom Joaquim. Ela demonstrava e ele fazia igual. Ela orientava e ele seguia à risca a sua orientação. Uma prova viva – talvez uma exceção – de que os homens podem ouvir as mulheres e e que podem tirar bom proveito disso. Ainda mais hoje, dia 6 de abril, Dia Internacional da Atividade Física. Parabéns a todas Claudias, Marias e Raquéis deste mundo, mas, especialmente, a todos Ricardos que conseguem dar bons exemplos de como ouvir e de como seguir as ordens de uma mulher. Seja por paciência ou por necessidade. Vocês são os "caras"!

2 comentários:

Anônimo disse...

hehehhehe :D
muito bom o texto...

sim, mulheres sempre têm razão em tudo!!
uaiiuhaiuhaiau

Sem nós vcs mão seriam ngm...

como já dizia o velho ditado: " Atrás de um grande homem, sempre tem uma grande mulher."

Tá vou ser sinsera, nós tbm não viveríamos sem vcs :D

uihaiuahaiuha

;@@@@@@@

Anônimo disse...

*não
** sincera

hehehehe
erros de digitação e falta de atenção!!!
de quem publica o comentário antes de ler..

iuhaiuahiuhiuahaiu