“Eu te abraço agora, te dou feliz aniversário e me despeço. Quem sabe, um dia, eu volte para o teu lado se ainda me quiseres de volta. Por enquanto, quero seguir meu caminho. Espero que entendas.”
E foi essa a mensagem no final do cartão de aniversário que Marina recebeu de Júlio, o namorado dela. Ou melhor, agora, ex-namorado. A pior mensagem que alguém poderia receber de aniversário. Tão pior quanto uma punhalada pelas costas. Cinco anos de namoro assim, jogados ao vento como se tudo tivesse sido em vão. Um aniversário de 24 anos que Marina não esqueceria até os seus últimos dias. Mas, por enquanto, precisava ter forças de superar o término tocando a vida em frente.
Como um sopro em um castelo de cartas ou em uma seqüência de pedras de dominó enfileiradas. Aquele término fora como um sopro. Um repentino sopro de adeus na pior forma de terminar um namoro: sem olhar nos olhos. Eu mesmo já terminei namoros das piores maneiras possíveis, nunca fui bom nisso. O Guilherme, na época do colégio mesmo, vivia me falando e tentando me encorajar a dar um basta e ser direto, olhando nos olhos das gurias. Não conseguia, tinha medo. Na hora de dar um adeus olhando nos olhos, eu voltava atrás e acabava me iludindo e iludindo a pessoa com quem estava no momento. Feio da minha parte, mas aprendi com o tempo. Mas terminar em um cartão de aniversário? Nunca fiz isso.
Já terminei um namoro por e-mail e outro por telefone e achei o fim dos fins. Um erro da minha parte, mas o modo mais cabível que achei na época. Em contrapartida, já presenciei um amigo meu recebendo a ligação da ainda então namorada para terminar o namoro. Por telefone, “Tudo bem, até vai!” – pensaria você... Nada de tudo bem! Ela terminou com ele pelo telefone sim, só que pelo telefone celular e pelos três segundos. Aquelas ligações rápidas que as operadoras não chegam a cobrar. Três segundos! Ela resumiu um ano e seis meses de namoro em três segundos, ou seja: 540 dias em três segundos; 12960 horas em míseros segundos; 777600 minutos de namoro em escassos três, três segundos. 46656000 segundos de convivência em mesquinhos três segundos. É dose.
Os homens e as mulheres possuem esse problema na hora de dizer adeus a um cônjuge. São tão humanos na hora de dar beijos e emitirem gestos carinhosos. São muito racionais mesmo, até na hora dos choros em algumas situações difíceis. Mas se tornam bichos na hora da despedida. Às vezes, bichos nada domesticados; selvagens. Para os homens, a figura de um jacaré se encaixa perfeitamente devido ao estilo voraz de decidir as coisas, mesmo de cabeça quente – o que para os homens é uma constante quando contrariados. Já para as mulheres, a figura de um flamingo se adapta bem ao estilo, cai como uma luva, visto que elas sabem bem onde pisam e como pisam – salvo algumas exceções que se comportam como leoas e aniquilam qualquer espécie da cadeia.
A sensação de uma despedida com um namorado ou namorada não é a mesma de trocar de cidade e não ter mais os amigos por perto. É um tipo de sentimento muito profundo que faz com que ventanias sejam provocadas no nosso interior. É algo que vai e algo que vem nos perturbar. No caso do Júlio e da Marina, a despedida, talvez, fora a melhor decisão para eles na ótica de Júlio, ao menos. Porém, essa decisão por mais que tenha sido acertada, teve uma forma errônea de ser expressa. Pelo amor de Deus! Um cara, com 26 anos no corpo, acabando uma pós-graduação em Bioquímica, decerto, só pode ter enlouquecido com as experiências de laboratório. No dia do aniversário dela, um cartão daqueles! E pelo correio! Era tão pior quanto um cartão-bomba ou uma carta com Antraz.
Promessas quebradas e te amos lançados ao passado. Planos futuros jogados ao vento e sonhos deixados para trás; aquela viagem planejada das próximas férias; o passeio de barco no final de semana; o novo filme do Nicholson em cartaz, que tanto haviam esperado para assistir; a formatura dela no final do ano após cinco anos de estudo na faculdade de Direito; a conclusão da pós-graduação dele; a decisão do noivado e o pedido de casamento esquecido. Os nomes riscados na árvore, palco do primeiro beijo, perto da faculdade; os papéis dos bombons que comeram assistindo a “Juno” no cinema; os copos que haviam furtado de um bar em uma viagem ao Uruguai; as fotos espalhadas pelas suas casas; o gol que Júlio havia marcado e comemorado beijando a aliança de compromisso. Agora, talvez, o pior de tudo: o que fazer com as alianças? Jogá-las no mar? Deixá-las no fundo de uma gaveta? Guardá-las em uma caixinha? Isso dói. Dói, dói, dói.
Não é cabível a nós, julgar os outros pelas decisões que tomam ou quais caminhos desejam seguir. Eu, particularmente, não posso dizer se “a” ou “b” é correto. Já errei bastante nesta vida e amadureci com os meus erros e, de certa forma, aprendi com os erros dos outros sem precisar vivê-los. No fundo, preocupo-me realmente com o que sinto e com o que vou fazer depois de um término de namoro. Levo em consideração cada momento na hora de dizer “Tchau!” ou “Adeus!”. Mas dói. Dói mesmo. Assim como doeu para Marina quando lera depois de: “Feliz Aniversário! Que mais um ano venha repleto de saúde, felicidade e sucesso!”, aquela imperdoável frase de rejeita e exclusa dos planos futuros dos dois.
Cabe compreender que de ficadas, namoros, noivados, casamentos ou "ajuntamentos" a velha máxima, o tão manjado aforismo continua valendo: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher!”. Creio que o Júlio errou na forma de terminar aquele namoro, fora insensível. Sim, estou metendo a colher. Mas é para você, caro leitor, compreender o meu ponto-de-vista a respeito dessa situação, assim como sei que você também está opinando interiormente. Vamos ficar por aqui. Eu, nestas frases finais sem falar mais nada em relação ao caso, apenas concluindo a idéia do texto, e você refletindo acerca dos dois apenas mentalmente. Combinado?
Lembre-se: não julgue, posicione-se, tire uma lição e guarde para si. Quem sabe, um dia você precise decidir algo importante assim como o Júlio. Pense na forma. A dica do Guilherme é muito válida neste caso: se não tem mais jeito, não se iluda e nem iluda a outra pessoa. Tente ser sincero ao falar, olhando nos olhos. Não seja insensível, por favor. Mesmo sendo um momento triste, capriche. Mais vale a dor sincera do término do que uma ilusão dolorosa de continuarem juntos. E ponto final, literalmente.
E foi essa a mensagem no final do cartão de aniversário que Marina recebeu de Júlio, o namorado dela. Ou melhor, agora, ex-namorado. A pior mensagem que alguém poderia receber de aniversário. Tão pior quanto uma punhalada pelas costas. Cinco anos de namoro assim, jogados ao vento como se tudo tivesse sido em vão. Um aniversário de 24 anos que Marina não esqueceria até os seus últimos dias. Mas, por enquanto, precisava ter forças de superar o término tocando a vida em frente.
Como um sopro em um castelo de cartas ou em uma seqüência de pedras de dominó enfileiradas. Aquele término fora como um sopro. Um repentino sopro de adeus na pior forma de terminar um namoro: sem olhar nos olhos. Eu mesmo já terminei namoros das piores maneiras possíveis, nunca fui bom nisso. O Guilherme, na época do colégio mesmo, vivia me falando e tentando me encorajar a dar um basta e ser direto, olhando nos olhos das gurias. Não conseguia, tinha medo. Na hora de dar um adeus olhando nos olhos, eu voltava atrás e acabava me iludindo e iludindo a pessoa com quem estava no momento. Feio da minha parte, mas aprendi com o tempo. Mas terminar em um cartão de aniversário? Nunca fiz isso.
Já terminei um namoro por e-mail e outro por telefone e achei o fim dos fins. Um erro da minha parte, mas o modo mais cabível que achei na época. Em contrapartida, já presenciei um amigo meu recebendo a ligação da ainda então namorada para terminar o namoro. Por telefone, “Tudo bem, até vai!” – pensaria você... Nada de tudo bem! Ela terminou com ele pelo telefone sim, só que pelo telefone celular e pelos três segundos. Aquelas ligações rápidas que as operadoras não chegam a cobrar. Três segundos! Ela resumiu um ano e seis meses de namoro em três segundos, ou seja: 540 dias em três segundos; 12960 horas em míseros segundos; 777600 minutos de namoro em escassos três, três segundos. 46656000 segundos de convivência em mesquinhos três segundos. É dose.
Os homens e as mulheres possuem esse problema na hora de dizer adeus a um cônjuge. São tão humanos na hora de dar beijos e emitirem gestos carinhosos. São muito racionais mesmo, até na hora dos choros em algumas situações difíceis. Mas se tornam bichos na hora da despedida. Às vezes, bichos nada domesticados; selvagens. Para os homens, a figura de um jacaré se encaixa perfeitamente devido ao estilo voraz de decidir as coisas, mesmo de cabeça quente – o que para os homens é uma constante quando contrariados. Já para as mulheres, a figura de um flamingo se adapta bem ao estilo, cai como uma luva, visto que elas sabem bem onde pisam e como pisam – salvo algumas exceções que se comportam como leoas e aniquilam qualquer espécie da cadeia.
A sensação de uma despedida com um namorado ou namorada não é a mesma de trocar de cidade e não ter mais os amigos por perto. É um tipo de sentimento muito profundo que faz com que ventanias sejam provocadas no nosso interior. É algo que vai e algo que vem nos perturbar. No caso do Júlio e da Marina, a despedida, talvez, fora a melhor decisão para eles na ótica de Júlio, ao menos. Porém, essa decisão por mais que tenha sido acertada, teve uma forma errônea de ser expressa. Pelo amor de Deus! Um cara, com 26 anos no corpo, acabando uma pós-graduação em Bioquímica, decerto, só pode ter enlouquecido com as experiências de laboratório. No dia do aniversário dela, um cartão daqueles! E pelo correio! Era tão pior quanto um cartão-bomba ou uma carta com Antraz.
Promessas quebradas e te amos lançados ao passado. Planos futuros jogados ao vento e sonhos deixados para trás; aquela viagem planejada das próximas férias; o passeio de barco no final de semana; o novo filme do Nicholson em cartaz, que tanto haviam esperado para assistir; a formatura dela no final do ano após cinco anos de estudo na faculdade de Direito; a conclusão da pós-graduação dele; a decisão do noivado e o pedido de casamento esquecido. Os nomes riscados na árvore, palco do primeiro beijo, perto da faculdade; os papéis dos bombons que comeram assistindo a “Juno” no cinema; os copos que haviam furtado de um bar em uma viagem ao Uruguai; as fotos espalhadas pelas suas casas; o gol que Júlio havia marcado e comemorado beijando a aliança de compromisso. Agora, talvez, o pior de tudo: o que fazer com as alianças? Jogá-las no mar? Deixá-las no fundo de uma gaveta? Guardá-las em uma caixinha? Isso dói. Dói, dói, dói.
Não é cabível a nós, julgar os outros pelas decisões que tomam ou quais caminhos desejam seguir. Eu, particularmente, não posso dizer se “a” ou “b” é correto. Já errei bastante nesta vida e amadureci com os meus erros e, de certa forma, aprendi com os erros dos outros sem precisar vivê-los. No fundo, preocupo-me realmente com o que sinto e com o que vou fazer depois de um término de namoro. Levo em consideração cada momento na hora de dizer “Tchau!” ou “Adeus!”. Mas dói. Dói mesmo. Assim como doeu para Marina quando lera depois de: “Feliz Aniversário! Que mais um ano venha repleto de saúde, felicidade e sucesso!”, aquela imperdoável frase de rejeita e exclusa dos planos futuros dos dois.
Cabe compreender que de ficadas, namoros, noivados, casamentos ou "ajuntamentos" a velha máxima, o tão manjado aforismo continua valendo: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher!”. Creio que o Júlio errou na forma de terminar aquele namoro, fora insensível. Sim, estou metendo a colher. Mas é para você, caro leitor, compreender o meu ponto-de-vista a respeito dessa situação, assim como sei que você também está opinando interiormente. Vamos ficar por aqui. Eu, nestas frases finais sem falar mais nada em relação ao caso, apenas concluindo a idéia do texto, e você refletindo acerca dos dois apenas mentalmente. Combinado?
Lembre-se: não julgue, posicione-se, tire uma lição e guarde para si. Quem sabe, um dia você precise decidir algo importante assim como o Júlio. Pense na forma. A dica do Guilherme é muito válida neste caso: se não tem mais jeito, não se iluda e nem iluda a outra pessoa. Tente ser sincero ao falar, olhando nos olhos. Não seja insensível, por favor. Mesmo sendo um momento triste, capriche. Mais vale a dor sincera do término do que uma ilusão dolorosa de continuarem juntos. E ponto final, literalmente.
6 comentários:
Marquinhos...Li o texto e achei bem reflexivo, pode não paracer mas muitas vezes situações como estas acontecem, ou atémesmo pior do que estas, acompanho um caso de uma amiga minha que já não que mais namorar, e não tem coragem de terminar, e o namorado esta consciente disso, mas também não tem coragem de fazer o que parece melhor. Quem sabe ela tenha que agir como o "Júlio" dar um basta de uma forma talvez menos dolorosa, pois para mim a Marina certamente devia saber o que se passava, e fechou os olhos, assim como o namorado da minha amiga!
Pessoas que costumam dizer "não sei ficar soinha..." fecham os olhos para a realidade., enganado-se a si mesmo.
Gostei muito do texto mesmo...
Bom restinho de semana.
Teresa Marins
É, é sempre complicado terminar um relacionamento.. É difícil pras duas partes. Eu não tenho muita experiência no assunto como tu sabe, mas me coloco no lugar da Marina pq já passei por algo bem parecido e acho que ele não podia ter deixado ir tão longe essa vontade de terminar.. E se foi, entao que esperasse um pouco mais, né! Mas, nao julgo ninguem, obvio! Cada um tem seus motivos, e a Marina com certeza já tinha percebido as coisas e fechou os olhos como disse a Teresa aqui em cima..
Sei lah, quinhos é complicado.. Mas como sempre, teus textos sempre muito bem bolados e que fazem a gente ficar pensando..
Beijooooes! Te cuida ai! :)
É uma dor inexplicavel quando um relacionamento acaba... aquela dor que nem remedios nem vontades resolvem... uma dor que mata aos poucos.O fato de terminar um namoro por telefone, email, carta/cartoes... acho algo cruel, uma pessoa que faz parte da sua vida, no minimo merece uma conversa madura e seria, "um olho no olho" para ter a certeza que o fim chegou.Acho que quando relacionamentos terminam, esses tem que ser pra sempre...uma decisao seria como outra qualquer. O fato de ir e vir acaba machucando demais.
No entantooooo um dia essa dor vai embora, ou pelo menos fica muito menor. Começamos a ver as coisas ao nosso redor, começamos a viver novamente e ate mesmo buscar um novo amor.
Assim é a vida...
Beijao amado.
Gostei do texto, ainda bem que alguma coisa de mim tu aprendeu... auhauahaiuah.
A vida é assim mesmo, a gente aprende com os erros mas sempre eh bom avisar Continua com o blog que ta muito bom e a Amanda olha todos os dias. Valeu pela lembrança..
Abraços
é verdade... mesmo que se demore a tomar a decisao, esse pontinho tao minusculo, mas tao grande, as vezes acaba sendo o melhor.
vale chorar, abraçar, beijar pela ultima vez, relutar, enfim... que aconteça o melhor! :D
Certamente que esse seria o primeiro texto que eu comentaria depois de algum tempo sem vir aqui. :) Pq adoro. Pq me lembra minha vida (nao exatamente). Pq eu adoro teu ponto de vista e a maneira como escreves sobre isso. Concordo contigo que nao devemos julgar, pq por nunca ter estado nessa situação, só tento me colocar no lugar dele, e sei que se fez assim, é porque nao tinha outro jeito. Melhor ser sincero. Toda a vida. E olha que quem lhe diz isso, é alguém que sentiu a sinceridade clara, e digo, ela também dói. E dói fundo, talvez mais do que qualquer outra, mas com ela temos a certeza do sentimento do outro. Se foi sincero agora, então provavelmente sempre foi. Alguem que quando sente que não dá mais, termina, é pq sempre que esteve junto, era porque queria. Isso é o que eu penso, mesmo tendo sofrido. Sei que a dor de um final de namoro é tão maior que esses detalhes, que o que fica de verdade é o vazio. O que fazer com as cartas? Com as (principalmente) fotos, que parecem te cutucar e dizer: Eeeei, ainda estamos aqui!! E falta a coragem em dar um sumisso nelas. Tudo lembra a pessoa, depois de um tempo sozinho. E o sozinho é o pior, pq a carencia faz a gente delirar. =)
Então tá, Marquitos!!
Saudade!! =)
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